6 - A Péssima Bisbilhoteira

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Oi oi, gente! Finalmente voltei a escrever, mas entendam que eu sou meio lerda. Só não deixem de me cobrar! Kisses e aproveitem esse capítulo.

P.O.V. Diarra Sylla

Acordo no dia seguinte com o corpo totalmente relaxado. Agora sei o motivo dos ricos acordarem de bom humor, as camas deles são magníficas! Olho em volta e examino o quarto com mais atenção por causa da grande quantidade de luz que vinha da janela. Era um quarto lindo sem dúvida nenhuma e com certeza quatro vezes maior do que o meu. Quando meus olhos pousam no fim da cama, vejo uma muda de roupa perfeitamente dobrada. Aquilo não estava lá na noite passada, disso eu tinha certeza. Me aproximo das roupas e vejo de cara que não eram minhas. Suponho que tenha sido Catarina que as tenha posto aqui para que eu usasse, então levanto da cama e olho em volta. 

O quarto tinha seu próprio banheiro e agradeci mentalmente por isso, entrando no cômodo que, como todos os outros dessa casa, era lindo. Tomo um banho longo, aproveitando o chuveiro delicioso. Se eu seria forçada a ficar nessa casa por um homem idiota, irritante e perigoso, eu faria uso de, no mínimo, sua água quente.

Já vestida, saio do quarto determinada ir direto para a cozinha e comer algo, sem bisbilhotar ou andar pela gigante casa afim de descobrir seus outros cantos. Estava tudo indo bem...até eu ouvir vozes vindas de trás de uma porta entreaberta no corredor. De início eu não as identifiquei, mas eram todas de homens, quatro ou cinco dentro da sala. Dou passos lentos até a porta, não encostando para que ela não movesse e fico ali sendo a curiosa que sou e com muito orgulho!

P.O.V Noah Urrea

Essa garota já me trouxe mais problemas um uma noite do que toda minha equipe trouxe em duas semanas. Já era a quinta vez que Joshua dizia para tirá-la daqui ou acabar com ela de uma vez, mas não simplesmente me via incapaz de decidir qualquer coisa em relação à negra agora. Enquanto ela dormia apenas à alguns cômodos de distância do meu quarto, eu passei a noite toda de pé, andando de um lado para o outro e pensando no que havia me mordido para deixar uma stripper turrona e irritante entrar na minha mente assim. 

Eu sabia que ela precisava ir embora, mas não queria deixar ela à mercê do mundo novamente. O mundo era perigoso demais e eu sabia por experiência própria. Mesmo que ela quisesse se ver fora daqui, eu a manteria dentro da minha proteção até achar necessário. Além do mais, ela já havia visto demais e entre matá-la e deixar ela aqui, eu havia sido idiota o suficiente para escolher a segunda opção.

-- Chefe, está tudo bem?

- Ahn? Está sim. Prossiga.

Minhas divagações nessa reunião estavam ficando cada vez mais longas e eu sabia que isso era péssimo. Eu não podia perder nenhuma parte dos megócios se quisesse que ele prosseguissem corretamente. Foco, Noah. Foco!

Olho para a porta entreaberta e vejo relances dos cachos negros de Diarra atrás dela, a entregando como uma péssima bisbilhoteira.

- Fiquem aqui.

Levanto rápido da cadeira e vou até a porta, a abrindo em um só movimento, não dando a ela nem tempo para fugir.

- O que faz aqui?

-- E-eu...estava...eu...

- O gato comeu a porra da sua língua, garota?

Olho para trás e bufo antes de sair da sala e fechar a porta, me aproximando ainda mais dela. Nessa proximidade, eu percebi que seus olhos eram ainda mais bonitos do que me recordava. A negra dos cachos soltos era um palmo mais baixa do que eu, mas era tão naturalmente imponente que até um homem de dois metros de altura poderia temê-la. Mas...havia uma barreira em seus olhos. Um sentimento que nublava e era um velho conhecido. Medo. De mim? Muito provável.

- O que te fez pensar que podia ficar ouvindo por trás de portas como se a casa fosse sua?

-- Eu não quis ouvir nada demais...apenas ouvi suas vozes e...quis saber quem era. Só isso.

Ela se distancia de mim e desço meu olhar por seu corpo, analisando suas curvas e voltando a olhar para seu rosto. Quando eu olhava para uma mulher, elas mostravam gostar e faziam o mesmo, mas quando vejo o semblante de Diarra a reação é totalmente oposta. Ela faz cara de tédio e revira os olhos com força. Ela revirou os olhos pra mim? PARA MIM? 

- Terminou de babar, senhor?

Seu tom releva o sarcasmo na frase e eu me seguro para não brigar com ela. Aonde trabalhava, ela recebia esse tipo de olhares o tempo todo e aqui estava eu, agindo como aqueles babacas sujos. Não podia julgar ela por sua fala se estava agindo de uma forma tão incorreta. Ouço a voz de bronca de minha mãe na cabeça e pigarreio baixo, desviando o olhar.

- Vá para a cozinha. Catarina fez seu café. Sem bisbilhotar em nenhum outro lugar, entendeu?

Ela dá de ombros e começa a sair. Antes que ela dê o segundo passo, eu agarro seu braço e a faço olhar para mim, deixando seu rosto tão perto do meu que consigo sentir sua respiração em meu queixo.

- Entendeu?

-- Sim. Me solte.

- E se eu não soltar? O que você vai fazer?

-- Chutar suas bolas com tanta força que você nunca vai conseguir andar sem gemer de dor.

- Adoraria te ver tentando.

Rebato sua ameaça e, em menos de dois segundos, seu joelho está entre minhas pernas e atingindo minhas bolas com tanta força que eu grito alto e a solto para levar as mãos até a área atingida. Caio de joelhos no chão e vejo ela sair dali com uma naturalidade graciosa, como se não tivesse acertado as bolas do chefe da máfia. Meus homens saem da sala correndo por causa do grito e arregalam os olhos ao me verem no chão. Dois deles tentam ir atrás dela, mas os impeço.

- Deixem ela ir.

-- Mas, chefe...

- Eu disse para DEIXAREM ELA IR!

Grito estressado e solto outro gemido de dor, me apoiando em Joshua para ir até o quarto.

-- E aí, vamos repensar na idéia de matar a garota?

- Vai se foder, Beauchamp.

Burn With Me | Noarra FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora