16 - Be so cold

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IG: You gotta be so cold.

Noah: I already am.

P.O.V Noah Urrea

Partes de mim estavam confusas, outras partes estavam com raiva e outras...já estavam quebradas demais para sentirem algo quando leio a carta que foi deixava para mim. A caligrafia de Diarra, delicada e firme como ela, estava no papel um pouco enrugado em alguns cantos por causa das prováveis lágrimas que caíram enquanto ela escrevia essas malditas palavras.

Nunca fui muito de acreditar na dor dos corações partidos. Achava que era só história de gente idiota e cega pela paixão, que era uma ilusão, uma mentira e um mito dos tolos que ousavam cometer o erro de se apaixonar pela pessoa errada. Engraçado pensar que eu havia me tornado um dos tolos apaixonados. Meu peito doía tanto que parecia que estava a ponto de explodir. Minha mente girava a centenas de quilômetros por hora, meu corpo enfraqueceu e minha visão se nublou de repente.

Algo molha minhas bochechas e noto que eram as minhas lágrimas. Eu havia esquecido que podia chorar. Diarra fez questão de lembrar.

Me levanto da cama e caminho até meu banheiro, abrindo o armário e pegando o vidrinho de comprimidos. Meus remédios, meus pontos de paz. Depois que trouxe Diarra para casa e havíamos nos aproximado, não havia mais precisado deles então...hora de voltar a usá-los. Me encaro no espelho e xingo inúmeras vezes o homem tolo que vejo ali antes de tomar meus remédios.

 
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Após ter dito a todos os meus homens quem era o rato entre nós e ordenar a eles que a encontrassem a qualquer custo, eu vou para a cozinha e, como quase sempre, encontro Catarina ali, um semblante misto de preocupação e calmaria.

-- Catarina.

- Boa noite, senhor. O que houve? Por que eles estão aqui?

Ela menciona alguns dor meus homens ao redor da casa fazendo rondas e outros em minha sala apenas esperando para oferecer segurança caso eu precisasse sair.

- Descobrimos quem era o rato entre nós.

-- É ela, não é?

- Como sabe?

-- Ela fugiu uma hora atrás apenas com uma mochila nas costas, olhos de choro e se despediu como se eu nunca mais fosse vê-la. Não é necessário muito para supor isso.

Catarina podia aparentar ser apenas uma governanta comum, mas ela era incrível, sagaz e extremamente inteligente. Após...aquela noite de anos atrás...ela se tornou não só minha tutora, mas também a filha materna e paterna que eu tanto precisava. Nenhuma palavra que saia da boca dela era vã ou desnecessária e eu admirava mais do que ela achava.

- Ela disse aonde estava indo?

-- Não. Apenas foi embora. Irá matar ela, Noah?

A pergunta é feita enquanto seus olhos estavam fixos nos meus e travo na resposta. Se não coração não fosse um traidor filho da puta, com certeza eu diria que sim. Traição se pune com a morte. Mas eu ainda não sabia como conseguiria colocar uma bala na caveira de Diarra se mal tinha coragem de tocá-la da forma que desejava semanas atrás. Como alguém mata quem ama? Não sei...mas iria descobrir.

Aviso Josh por mensagem que ela saiu da casa a uma hora atrás e ele responde dizendo que as câmeras da rua registrando ela entrando em um carro comum que a levou para o outro lado da cidade e que ele ainda estava tentando acessar as câmeras de lá.

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Beauchamp: certeza de que não quer que peguemos a garota e matemos ela rapidamente?

Eu: não.

Beauchamp: e se... você hesitar?

Eu: eu não hesito. Ratos devem ser mortos. Eu mesmo irei me certificar de que ela morra pela minha própria arma.

Envio a última mensagem antes de sair de casa e entrar em um dos carros, abrindo a garagem pelo botão e dirigindo até o galpão. Paixão é para tolos. Amar é para tolos. O mundo é frio. Então eu serei mais frio ainda.

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Apertem os cintos, respirem fundo, segurem firmes seus lencinhos.

A viagem está só começando, babies.

Burn With Me | Noarra FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora