15 - Do you know who you are?

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HS: Do you know who you are?

Diarra: no.

P.O.V Diarra Sylla

As lágrimas caem sem parar e nublam minha visão. Minha garganta doía de tanto que havia segurado o choro que mesmo assim veio e molhou a mesa eu aonde estava e um pouco do papel aonde eu escrevia o que precisava dizer, mas não tinha coragem.

Após assinar e dobrar o papel, me levanto e verifico minhas coisas. As roupas mais necessárias estavam na única mochila que tinha junto com algumas outras necessárias. Não podia e nem conseguia levar muito já que iria para um lugar aonde não precisaria de muito. Não planejava ficar lá por tempo demais.

Respiro fundo e volto para o quarto de Noah, aonde eu dormia de vez em quando, deitada ao seu lado como se não estivesse o traindo da forma mais suja que podia pensar.

Ele dormia calmamente, o semblante sério de sempre e abraçado ao travesseiro que eu usava por ter meu cheiro. Era uma visão de quebrar meu coração, mas não podia fraquejar. Pego a carta por mim escrita e deixo no móvel ao lado de sua cama, encostado da luminária para que ele pudesse identificar rapidamente.

Beijo sua testa demoradamente e o ouço resmungar, acordando um pouco.

-- Di...?

- Shh...durma. Eu volto já, okay?

-- Aonde vai?

Ele me pergunta sonolento e com os olhos pouco abertos.

- Beber água. Não irei demorar.

Minto acariciando seu rosto e sorrio fraco. Já havia mentido tantas vezes para ele sobre coisas piores, mais uma falsa verdade não faria diferença no mar de mentiras que eu mesma arquitetei.

Ele afirma e volta a dormir, então saio devagar do quarto e desço as escadas em silêncio após pegar minha mochila no meu quarto, decidindo passar pela cozinha e sair pelos fundos para chamar menos atenção.

Chegando na cozinha, me deparo com Catarina sentada e tomando chá. Pelo cheiro, sabia que era o mesmo sabor que me deu na noite que cheguei na casa assustada e curiosa. Ela cuidou de mim desde o começo e agora eu estava fugindo como o rato que havia me tornado.

-- Aonde vai, senhorita?

Ela pergunta me olhando confusa e aponta para a mochila. O que eu diria? Apenas de vê-la, eu queria chorar de novo e, segurando tudo dentro de mim mais uma vez, eu sorrio fraco.

- Eu preciso ir, Catarina... é importante.

-- E Noah sabe disso?

- Não, mas saberá logo. Ele me deu a escolha de ir ou ficar e agora eu estou indo.

-- Bom...senhorita...

Ela se levanta e vem até mim, olhando em meus olhos com seus doces olhos castanhos, acariciando meus braços.

-- Eu não sei o que está acontecendo dentro desse coração, mas não creio que as almas de vocês devam ser separadas. Não parece certo.

- Algumas coisas são necessárias mesmo que não pareçam certas.

-- Você não irá mudar de ideia, vai?

- Não, não irei.

Ela suspira triste e me abraça, envolvendo meu corpo com seus braços quentes, acariciando minhas costas. Era um abraço que mães dão quando seus filhos vão para longe. Catarina nunca me deveu nada e foi mais amável comigo do que a mulher que eu chamei de mãe. A vida tende a ser injusta demais.

-- Boa viagem, Diarra.

Ela não me chamava pelo nome nunca e, sem eu corrigir, ela me chamou por ele. Meu nome em sua voz soou como tanto amor e carinho que me segurei para não desmontar em seus braços e clamar por conforto e ajuda, mas precisava ir.

- Muito obrigada, Catarina...por tudo. Eu nunca vou esquecer.

-- Também não vou te esquecer, querida.

Me solto dela com pesar e sorrio fraco antes de sair pela porta dos fundos, saindo do território da mansão de Noah rapidamente e andando até o fim da rua para entrar no carro que Harvey disse que estaria lá me esperando.

-- Demorou.

- Mas estou aqui. Minha irmã está protegida?

-- Sim, eu cumpri a minha parte da mesma forma que você cumpriu a sua. Pensava que iria abrir o bico para seu namoradinho mafioso, mas você ficou quietinha e obedeceu. Ele vai querer morrer quando descobrir.

- Não me importo com isso, vamos logo embora.

Digo friamente e olhando para frente. Ele começa a viagem até a base da gangue e eu sigo silenciosa para o quarto que fora reservado para mim ali. Minha estadia tinha tempo indefinido, mas não pretendia ficar muito tempo em um lugar que me lembrava constantemente o que eu havia feito.

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Hey babies. Que a maratona comece.

Aproveitem e fiquem atentos na att de amanhã.

Burn With Me | Noarra FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora