Capítulo 25

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POV Shivani

Não tem ninguém em casa. Mesmo assim, tranco a porta do quarto antes de tirar as duas folhas de papel da mochila. Eu as abro em cima da mesa e passo o dedo pelas dobras.

Depois de digitar o número de ativação na parte de trás do cartão de telefone, começo ligando para N.M.Urrea. Uma secretária eletrônica atende e diz que é a casa de Nico e Mary. Desligo rápido e risco Urrea, N.M. com um lápis.

O número seguinte é de uma senhora que fica convencida de que sou a neta dela. Demora cinco minutos até ela me deixar desligar. Eu devia ter comprado o cartão de dez dólares.

Em seguida vem Urrea, N.J. Sigo os passos do cartão e disco o número.

Uma mulher com a voz cantarolada atende.

— Alô?

— Oi — digo. — Posso falar com Noah?

— Jacob ou Sênior? — pergunta ela.

Aperto o fone contra o ombro, enxugo as mãos suadas no short e limpo a garganta.

— Jacob, por favor.

— Meu sobrinho está morando com a mãe agora.

Pense rápido, Shivani.

— É, eu sei — respondo. — Não consegui encontrar o telefone dele, e achei que podia ser este.

Silêncio na outra ponta da linha.

— Como é mesmo o seu nome? — pergunta a mulher.

Penso na possibilidade de inventar um nome, mas já estou nervosa demais na situação atual.

— Meu nome é Shivani. Somos amigos da escola.

— Noah realmente tem muitas amigas. Você pode anotar?

Ela dita o número, e vou anotando na margem da cópia da lista. Nós nos despedimos, eu desligo e fico olhando para o telefone do meu futuro marido.

Algumas pessoas esperariam. Joalin, por exemplo, iria avaliar a situação com muito cuidado. Pesaria todas as opções e então ligaria para David, para pedir a opinião do irmão. Eu, por outro lado, só viro o cartão telefônico e começo a discar.

— Alô? — É uma voz de homem.

— Noah?

— Não, é Ryan. Espere um pouquinho.

O fone é largado. Tem uma televisão ligada no fundo e também alguma outra coisa que pode ser um liquidificador. Ryan que, acredito, deve ser meu futuro cunhado, grita para chamar Noah e depois diz: — Como é que eu ia saber?

O liquidificador para de funcionar. Passos se aproximam do telefone, e então uma voz de homem diz: — E aí?

— É Noah quem está falando? — pergunto.

— Quem é?

— É Shivani — digo, abrindo um sorriso enorme. — Nós nos conhecemos em uma festa... há pouco tempo.

Seguro a respiração e torço para que Noah tenha ido a uma festa em algum momento dos últimos trinta dias.

— Na festa de Jenny Fulton? — pergunta ele. Solto a respiração.

— É. Na casa de Jenny.

Não havia muita informação para me ajudar na página do Facebook de Noah. Tinha o nome, a foto e a cidade onde ele foi criado. Mesmo assim, minha intenção é mantê-lo ao telefone tempo suficiente para entender como, em algum momento do futuro, a nossa vida vai se cruzar.

The future of us {shivlin version} Onde histórias criam vida. Descubra agora