Capítulo 11

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POV Shivani

Sofya bateu o record da escola nos cem metros rasos hoje, fazendo com que os Lake Forest Cheetahs vencessem. Mas eu acabei ficando em quarto nos mil e seiscentos e fui a segunda mais lenta no meu revezamento. Em geral, sou a mais forte na equipe, mas estou praticamente sem dormir e meu cérebro está todo desconjuntado. Antes de ontem à noite nunca tinha ouvido falar de Noah Jacob Urrea e, de repente, estou casada com ele e infeliz. 

Eu me senti melhor ao ver Joalin e Josh na arquibancada, batendo palmas e acenando quando entramos na pista. Sei que na verdade eles não ficam para assistir às provas, mas mesmo assim fico feliz por eles terem vindo. Devem estar andando de skate naqueles blocos de concreto do estacionamento. 

A competição termina e a equipe visitante está indo para os ônibus. Estou sentada na grama, tomando Gatorade e observando Sofya conversar com uma garota da outra equipe. Ela é baixinha e branca, as duas estão bem pertinho, dando risada e colocando a mão uma no braço da outra. Fico imaginando se elas já ficaram ou se isso vai acontecer em breve. A fofoca na equipe diz que Sofya é uma vadia. 

Eu, por minha vez, nunca transei. Não estou exatamente esperando pelo amor, porque vai saber se isso algum dia vai acontecer, mas sempre pareceu que estaria dando uma parte muito grande de mim para uma pessoa. Tipo Bailey. Com toda a certeza, não quero que ele seja o cara com quem vou perder a virgindade. Sofya, no entanto, está em uma categoria diferente. Se ela e eu algum dia ficarmos juntas, dá para imaginar que não vou querer parar. Ela é linda, sério. 

— A competição acabou? — pergunta Bailey, se largando ao meu lado. 

Ele está vestindo o short azul de ginástica e a camiseta branca que sempre usa quando vai treinar com peso. E está suado; por isso, sua cabeça recém-raspada está brilhante e molhada. 

— Acabou de terminar — respondo. Estico as pernas à minha frente e me inclino até encostar a testa no joelho. — Nós ganhamos. 

— Você é muito flexível — diz ele. — Isso pode dar algumas ideias a um cara. 

Talvez eu não esteja no clima, mas me sento ereta e reclamo com ele. 

— Por que você sempre tem que falar nesse assunto? 

— Que assunto? 

— Você sabe que assunto. 

Bailey dá de ombros. 

— Ei, meus amigos estão lá no campo de beisebol. Quer ir comigo? 

Olho ao redor, em busca de Joalin e Josh, na esperança de que eles me salvem. Joalin e eu não fizemos planos específicos, mas achei que íamos nos encontrar aqui, pegar o carro e ir para casa para ver o meu computador. 

Olho para Sofya mais uma vez. Ela continua com aquela garota, mas agora está anotando algo em um caderno. Arranca uma página e entrega para a garota, que sorri e a abraça para se despedir e apoia a mão na base das costas dela. Com toda certeza, elas vão transar. 

— Claro — digo a Bailey.

Pego minha bolsa de ginástica e me levanto.

— Vamos. 

... 

Os amigos do Bailey não estão mais lá quando chegamos ao campo de beisebol, por isso nós nos acomodamos em um banco de madeira na área dos reservas. Minha cabeça está no colo dele e ele passa os dedos por baixo da minha camiseta tentando alcançar o meu sutiã de corrida. Fico afastando a mão dele. 

— Estou suada demais — digo. 

— Eu não ligo. Você sempre fica gostosa depois das competições. 

Empurro a mão dele para longe mais uma vez. Estou vestindo a camiseta cor de laranja de tela com um guepardo na frente e o short preto. Ela está desbotada e enrugada por causa de todas as meninas que participaram da equipe Cheetah antes de mim. 

Nesse momento, eu não me sinto nem um pouco sexy. Talvez só esteja cansada por causa de ontem à noite. Ou talvez seja porque não consigo parar de pensar sobre Shivani Paliwal Urrea e sobre se vou me transformar em uma pessoa infeliz que tem um marido que não volta para casa. 

Bailey passa a mão por baixo da minha camiseta. 

— Sua barriga é demais. E seu umbigo é muito sexy. 

Talvez nunca fique melhor do que isso. 

Desta vez, quando os dedos de Bailey encostam no meu sutiã, não afasto a mão dele. Eu me sento ereta e nós começamos a nos beijar. A mão dele escorrega para baixo do meu sutiã e eu me viro para ter certeza de que ninguém está olhando. 

É aí que eu reparo em Joalin. Ela está em pé, paralisada, na segunda base. Empurro Bailey para longe e puxo a camiseta para baixo, mas Joalin já saiu correndo.

The future of us {shivlin version} Onde histórias criam vida. Descubra agora