Capítulo 8

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POV Joalin

Imagino Sabina Hidalgo parada à minha frente. Uma faixa branca segura o cabelo castanho comprido e os olhos dela têm a cor de mel. Ela abre os braços e eu a puxo para beijá-la e os peitos redondos dela se apertam contra o meu peito. 

Então abro os olhos, pego meu skate e vou me encontrar com Shivani no porta-malas. 

– Sabina Hidalgo? – pergunto. – Isso é ridículo! 

Shivani enfia os tênis prateados de corrida na mochila. 

– Mas agora você quer que seja verdade, não é? 

– Por que eu ia querer acreditar em uma coisa que é falsa? – digo. 

Mesmo assim, fico tentado fazer Shivani nos levar de volta para casa para eu poder ver por conta própria. Mas se nos atrasarmos para a escola a secretária vai deixar um recado na secretária eletrônica da minha casa e na da dela. 

Sabina Hidalgo está um ano na minha frente. Ela é supergostosa, é uma das melhores atletas da escola e vem de uma família rica. Não faço a menor ideia do porquê alguém ia querer colocar nós duas juntas, nem como piada. Estamos juntas na aula de comportamento social desde janeiro e nunca trocamos uma única palavra. 

– Olhe só para você! – Shivani brinca, batendo com o braço dela no meu. – Você está apaixonada. 

Shivani levanta a mão para me descabelar, mas eu me afasto. Jogo a mochila sobre o ombro e começo a caminhar na direção da escola. 

– Espere aí, senhora Hidalgo – chama ela. 

Paro e me viro para trás. 

Shivani passa o estojo do saxofone para a outra mão. 

– Tudo bem. Eu também sairia andando feito uma louca se descobrisse que Sofya e eu estávamos casadas, de férias em Waikiki. 

Waikiki? 

– Eu não estava andando rápido porque estou animada. – respondo.

– É só que detesto quando você... sabe como é... coloca a mão no meu cabelo e tal. 

– Desculpe – diz Shivani e eu sei que ela entendeu. 

Ela também não quer estragar a nossa amizade. Foi por isso que permitiu que eu colocasse uma certa distância entre nós nos últimos seis meses. Shivani aponta para um conversível branco com a capota levantada. 

– Lá está o carro da Sabina. Talvez você devesse deixar um soneto de amor embaixo do limpador de para-brisa dela. Ou um haicai! Provavelmente, é melhor você não tentar fazer rimas. 

No show de talentos do nono ano, fui um desastre com a minha apresentação de rap. Meu apelido ia ser Joalik2%. Algumas vezes por ano, Shivani toca no assunto para me torturar. Mas é melhor do que meu irmão, que menciona o fato quase toda vez que nos falamos. 

– Então, Sabina e eu vamos para Waikiki? – pergunto. 

Quando passamos pelas portas duplas da escola, Shivani chega bem pertinho de mim. 

– O seu eu futuro não é tão revelador quanto o meu. – diz com o hálito doce de canela. – Você não dá detalhes picantes a respeito de transar com Sabina na praia, então não fique tão animada nem preocupada. 

Shivani se despede com um aceno e é engolida pela multidão de alunos. 

– Você só está com inveja! – digo, mas acho que ela não me ouve.

The future of us {shivlin version} Onde histórias criam vida. Descubra agora