Perdida nos Bridgertons

Gangstêr

Um delicioso silêncio onde ouço apenas o barulho do meu despertar. A cama é tão quente e confortável, me aconchego mais um pouco. Abro os olhos devagar e me lembro: o advogado
Levanto rápido, procurando um relógio em qualquer canto. Escancaro as cortinas, tentei adivinhar de acordo com o sol. Ainda que o sol de hoje não fosse o mesmo de 2 séculos atrás e não estava nem no mesmo país...
flashes da noite passada invadiram minha mente e sentei na cama. A bebida, péssima ideia. A dança, completamente louca. Os toques
Minha cabeça explodia, o porre que tomei serviria de lembrança que sou fraca para essas coisas.
A porta se abriu e esperei encarando a visita. Entrava de costas, e sabia muito bem quem era, Colin. Se virou e enxerguei uma bandeja de café da manhã em suas mãos.
— Bom dia — murmurei, ainda confusa
— Parece melhor, trouxe comida.
Caminhou até a cama e pôs a bandeja por cima, o segui e comecei bebendo o suco. Refrescante e doce, uma maravilha. Escutei algumas risadas dele, ria de mim?
— O que foi? — o olhei enquanto comia uma torrada
— Seu vestido está do avesso
Olhei para baixo desesperada, não podia ser... usava um blusão e calcinha, apenas. Ele me enganou. Dei um leve soco em seu braço, me permitindo gargalhar, como na primeira vez que conversamos
— Eu que vesti você, por isso está do lado certo
Senti um leve desconforto ao imaginar Colin tirando minhas roupas, mesmo que já tenha me visto nua. E muito mais do que isso, rompido todos os limites de uma relação
— Que horas são?
— 10 da manhã — pegou uma torrada para si
— Ótimo, então tenho tempo. Hoje o advogado virá e um dos assuntos pendentes estará resolvido — bati as mãos na camisa e fui em direção ao banheiro

Era gratificante poder usá-lo, que sempre limpei e almejei o direito de usufruir. As paredes de mármore branco, duas pias e um espelho enorme. Uma grande banheira de hidromassagem mas à esquerda um chuveiro. No armário, peguei uma escova de dente nova
— A acompanharei para que não fique sozinha com esse homem — Colin surgiu na porta, encostando-se — ainda mais sem conhecê-lo
— Sei lidar com os homens
— Sou seu namorado...
— É, seria um pouco estranho que não ficasse a meu lado — suspirei, irritada em ter que concordar — Deixarei se jurar não abrir a boca
Seu olhar cravou no meu, estendendo a mão para selar o acordo.
— Agora me dê licença, preciso tomar banho.
Antes de sair, abriu um grande sorriso
— Eu tive dificuldades em aprender como usa esse...
— Chuveiro — completei
— É incrível que a água quente caia de uns pequenos buracos
Seus olhos brilhavam, maravilhado e admirado. Como explicar o que a paixão dele me causava? Não imaginaria alguém melhor para estar aqui comigo
— Ah Colin, você ainda não viu nada

💵

Terminando de pentear o cabelo, puder me tocar: não tenho roupas
As antigas agora devem estar com cheiro de mofo e não tenho como lavá-las e secá-las. Somente de roupão, precisei sair do quarto à procura de Vanessa. Caminho por toda a extensão do corredor, esticando a cabeça para olhar dentro dos cômodos tentando ganhar tempo. Não a achava em lugar nenhum, onde se meteu? Só aparece quando quer e para me importunar
Desço as escadas apoiando no corrimão, não existe uma alma viva nessa casa?
Nem mesmo ouço Colin ou minhas irmãs

— Srta. Camila?
Arrepio ao ouvir o chamado, não reconheci a voz. Me virei e na minha frente estava um homem... como defini-lo? Atraente, muito atraente — capaz de fazer uma moça desmaiar — Alto, vestindo um terno cinza com gravata preta. Cabelos acobreados e olhos vivos — de cor indefinível, uma mistura de azul com verde que resulta em cinza —
— E você é... — por sorte, consigo me pronunciar
— Meu pai falou ontem com a senhorita, trouxe os documentos para assinar.
Pensei que encontraria um homem de 50 anos mas ele não passa de 30. Estendeu sua mão e quando a toquei, senti uma excitação percorrer todo o meu corpo.
— Hum. Bom... eu não esperava que chegasse cedo
— Pude notar
Abaixo os olhos e lembro que estou apenas de roupão. Aperto os braços contra o peito — morrendo de vergonha — tento não deixar transparecer o meu desespero
Forcei um sorriso, nervosa, o encaminhando para o escritório de meu pai.
— Fique à vontade, volto em alguns minutos