₁• Introduction

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Vovô costumava dizer, enquanto enrolava seus dedos em meus fios um pouco encaracolados, que eu deveria me apaixonar pelo processo em que me torno uma melhor versão

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Vovô costumava dizer, enquanto enrolava seus dedos em meus fios um pouco encaracolados, que eu deveria me apaixonar pelo processo em que me torno uma melhor versão. Me parecia confuso, ainda soa como um enigma, mas acredito que ele estava apenas me alertando sobre esse momento.

Poucos dias se passaram desde que deixei o conforto de minha cidade. Como uma chuva de verão que vem e vai sem aviso, parti sem antes me despedir. Amigos, colegas e amores, eles foram deixados pelo caminho.

Me pergunto se existe um motivo para fazer o que estou fazendo, se esse sofrimento realmente têm algum cabimento.

Fecho meus olhos para as estrelas, tentando sentir um resposta do universo. Uma vibração, um som, alguma corrente de ar que colidiria com o rosto e sussurrasse "sim" ou "não". Mas tudo que sinto era a ansiedade correndo por minhas veias, o medo de falhar com ele.

Desde que comecei a ler suas cartas e entender minha jornada, muita coisa mudou dentro de mim. Quando você muda, você incomoda. Seus familiares brigam e te questionam o tempo inteiro, mas você não sabe o que dizer por se sentir estranha. Seus amigos te julgam e excluem, te tratando com indiferença e frieza, e mesmo sabendo o porquê você não conseguiria explicar.

Nessa hora, todas as boas lembranças que você tem destas pessoas se torna dor. Lembrar torna-se apenas mais um sofrimento, uma nova coisa autodestrutiva para se acrescentar numa lista nada gentil.

Era doloroso olhar para o meu passado e depois enxergar o meu presente. Tudo havia mudado bruscamente e eu sabia que estava sozinha nisso.
Vovô me designou a isso, Dumbledore confiava em mim e eu sabia que a profecia seria cumprida, trazendo-a consigo meu falecimento ou não.

Mas em meio a tudo isso, eu mudei tantas vezes que não tenho a menor ideia de quem sou, ou de quem algum dia cheguei a ser.

Eu não posso mudar mais, quando acontece, fico cada vez mais distante do meu verdadeiro eu. Mas era preciso, eu teria de fazê-lo mais uma vez.

— Eu gostaria que o senhor ainda estivesse aqui. - pronunciei com a voz embargada. Percorri minhas mãos pelo parapeito, abaixando o olhar para elas e vendo o quão estavam brancas devido ao frio. — Prometo que não irei falhar, prometo que irei honrar seu nome e sua Ordem. - solucei baixo, voltando minha atenção para dentro do pequeno apartamento. Ali estavam todos os pertences que embarcariam comigo para Hogwarts pela manhã. — Custe o que custar, vovô. Mesmo que seja a minha vida.

E eu realmente o faria, pois não me importava mais. Sinto apenas como se não existisse, como se cada pequeno pedaço de mim tivesse partido e fui eu mesma que os mandei embora. No pior dos finais, ao menos eu poderia vê-lo novamente.

Eu estou ferida. Pessoas feridas, ferem pessoas.

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