6• The Source Of Power

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Relaxei meus ombros e estralei o pescoço

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Relaxei meus ombros e estralei o pescoço. Minhas mãos estavam trêmulas devido ao frio, então deixei que o calor da lareira se espalhasse por meu corpo. Eu estava sozinha na sala comunal, o silêncio era aconchegante e me permiti fechar os olhos por alguns instantes.

Por uns minutos, imaginei como as coisas seriam se eu fosse uma aluna comum. Me perguntava sobre quais seriam meus amigos se estivesse em Hogwarts desde o 1° ano, se teria encontrado um amor em meio a este castelo.

Infelizmente, a imagem estava longe de coincidir com a minha realidade. Eu, que fui educada pelo meu avô e aprendi com ele tudo que sei em relação a magia. Eu, que tive meu destino marcado antes mesmo de poder idealizar algum.

As vezes me parecia injusto. Sentia que era injusto ver quantas oportunidades haviam sido roubadas de mim e eu nada podia fazer. Sentia que era injusto pensar em meu futuro, sabendo que poderia vir a ser a salvação de muitas pessoas.

Abri os olhos, fitando novamente a pintura de Merlin. Suspirava, tendo a saudade espremendo meu peito e me culpando por estar ali, divagando, quando deveria buscar desvendar seus enigmas.

Os alunos estavam reunidos no salão comunal para jantar. Algumas garotas da Sonserina tentaram me convencer a as acompanhar, mas sabia que precisava de um tempo sozinha.

Retirei de minha bolsa o livro que cintilava em dourado. Eu ainda não havia aberto, não tinha a menor ideia do que poderia estar escrito ali e nem mesmo sabia se estava preparada para ler.

Seja o que for, vovô o deixou para mim. Sua magia estava canalizada ali, em meio a milhares de folhas, para que eu pudesse fazer o uso delas quando o momento chegasse.

A ansiedade corria por minhas veias, meu sangue fervia em brasa. Engolindo em seco, o abri e pude ver um carta escapar entre aquele amontoado. Estava direcionada a mim, escrita por Merlin. De imediato pude reconhecer a tinta de sua caneta prateada, ele costumava dizer que a usava para momentos especiais.

"Minha querida, eu sei o quão seus pensamentos são mais altos que os meus. Tua visão pode ir acima de qualquer outro feito nesta terra.
Nunca se deixe abater pelas circunstâncias, não importa o que aconteça, eu estarei com você. Ainda que não me veja, ainda que pareça um devaneio, eu peço que confie em seu avô.
Se esta carta chegou em suas mãos, saberei que meu acordo com Dumbledore foi bem sucedido.
Você se torna uma vencedora ao aceitar a profecia. Ao sentir a dor calada, sem gritar ou chorar, encarando sua realidade com um sorriso.
Me orgulho de você todos os dias e percebo que meu trabalho foi feito ao ver o tamanho de sua força.
Não se preocupe, meu raio de sol. Conheço-te bem e sei de suas preocupações e aflições, mas acredite no que lhe foi passado durante todos esses anos.
Makayla Aldes Merlin, você conhece o caminho. Ele esta em sua frente, sorrindo para você e esperando que abrace-o. Apenas precisa enxergar com seu coração, a resposta vai lhe surgir como chuva em dias frios.
Sinto muito por ser assim, minha querida, gostaria que seu infinito fosse duradouro. Mas em outra vida, eu estarei esperando por você.
Confio em ti, princesa, sei que suas escolhas serão melhores que as minhas. E, por isso, deixo-lhe este livro e minha varinha de carvalho inglês.
A magia corre em suas veias, misturando-se com seu sangue a cada minuto. Se sinta honrada e enxergue as respostas dentro de si mesma, elas lhe encaminharão para o poder que deixo escondido nestas folhas.

Com muito amor. Seu avô, Merlin."

Sentia meus olhos marejados, um sufoco surgia em minha garganta. Eu sabia que, em outra vida, voltaria a ser a garota dele.

Mas, reprimindo todo o sentimento, folheei o livro. Ele estava em branco, percebi ser mais um de seus enigmas que eu deveria decifrar.
Grunhi, sentindo pontadas na cabeça ao perceber que ainda estava longe de alcançar meu objetivo.

Eu deveria enxergar com meu coração, as respostas estão dentro de mim e me levarão ao caminho certo. Mas como faria isso? Meu interior estava em caos, assim como minha mente.

Gritei, o mais alto que pude, mas permitindo que o som fosse abafado pela almofada em minha boca. Eu estava frustrada, cansada sem nem mesmo ter começado a chegar em algum lugar.

Me perguntava o por quê de ser eu a escolhida, o por quê de eu ser a garota que deveria cumprir a profecia.

Mais uma vez, perdida em todos aqueles pensamentos aterrorizantes, senti um olhar queimar em minha pele. Ergui a cabeça, vendo a figura loira escorado na porta e com braços cruzados.

Foi diferente das outras vezes, agora tudo ao meu redor parecia parar. Tudo estava em câmera lenta, eu apenas conseguia olhar para ele. Minha boca ficou seca, minhas mãos suavam e sentia meu estômago revirar.

Mas que droga de sensação era aquela? Eu nunca me senti assim antes. Era diferente, estranho, assustador.

Os olhos dele eram feitos de dias nublados, cinzas e frios. Assim como em dias de chuva, eu deveria me sentir em paz quando vejo. Mas eles eram ocos, não demonstravam nenhum tipo de emoção e aquilo me partiu em infinitos pedaços.

E eu me preocupei, mesmo não querendo me preocupar.

— Não deveria estar no salão comunal, Merlin? - sua voz era tranquila, como um suspiro arrastado.

— Tanto quanto você deveria. - pude ver a sombra de um sorriso passar por seu rosto, mas desapareceu tão depressa quanto uma brisa. — Por que não ficou com seus amigos?

— Por que pergunta sabendo que não vou responder? - arqueou a sobrancelha, enquanto eu ri baixo negando com a cabeça. — Eu vou te fazer companhia, e você não pode fugir disso.

— Esta sendo gentil comigo por eu ser uma sangue puro, descendente de Merlin? - alfinetei, observando a figura do maior se aconchegar ao meu lado na poltrona. — Eu defendo aquilo que meu avô ensinava, Malfoy. Acredito que não existem grandes diferenças entre bruxos e trouxas.

— Eu sei que sim. - virou seu rosto em minha direção, fitando meus olhos. Era como se ele estivesse tentando desvendar o que eu escondia em minha mente. — Mas não estou aqui por você, Makayla. Vim a sala comunal na intenção de ficar sozinho, mas como te vi aqui, não tem o porquê não ficarmos juntos.

— E como sabe que eu quero você aqui? - o maior riu, desfazendo nosso contato visual e descruzando os braços.

— Se não quisesse, você teria ido embora no momento em que cheguei. - antes que eu pudesse protestar, ele ergue uma de suas mãos. — E não, você não me expulsaria, porque sabe que tenho tanto direito de estar aqui quanto você.

— Eu detesto você. - bufei, aceitando que não teria como vencer uma discussão com Draco.

— Muito cedo para dizer isso, não acha? - sorriu ladino, estralando os dedos. — Ainda temos muito o que conhecer um no outro, Merlin.

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