₅• The Boy Who Survived

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Prophecy - | Draco Malfoy |

Corria para a aula de poções do professor Snape

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Corria para a aula de poções do professor Snape. De acordo com o Dumbledore, eu conseguiria assistir ao menos trinta minutos da aula se me apresasse.

Alguns alunos do corredor, a grande maioria da lufa-lufa, me encaravam duvidosos. Com certeza eles não estavam acostumados a ver os Sonserinos atrasados para alguma aula, muito menos se esta fosse neta de um dos melhores bruxos que a escola recebeu.

Com um aceno de cabeça, as portas se abriram. Os estudantes me fitavam espantados, enquanto Severos se mantinha sem expressão alguma.
Ele assentiu fraco, indicando que permitia minha entrada em sua classe. Provavelmente o diretor o avisou sobre nosso pequeno encontro nesta manhã.

Percorri toda a sala com meus olhos, percebendo que apenas um lugar estava livre. Suspirei, caminhando silenciosamente e logo me sentei ao lado de Harry Potter, que sorriu amarelo para mim e retribui.

— Ao que parece, temos uma nova estrela aqui. Talvez agora você não seja mais o aclamado por toda escola, Potter. - proferiu de forma fria. Procurei por algum sentimento em seus olhos, mas eles estavam vazios. — Espero que tenha herdado mais do que o sobrenome Merlin, Makayla.

Eu conhecia Snape bem. Ele era professor de poções por quinze anos, mesmo que desejasse dar aulas de defesa contra as artes das trevas. Meu avô sempre me contava sobre Severos, mas se referia a ele como Mestizo Prince.

— Não precisa me subestimar, professor. - sorri irônica, vendo-o arquear minimamente uma de suas sobrancelhas. — Pode ter a certeza de que herdei muito mais quê um mero sobrenome.

— Pois bem, Merlin. - rangeu os dentes, falando pausadamente. — Qual a função da poção Wiggenweld?

— Cura de ferimentos leves, mas pode despertar o sono magicamente induzido. - afirmei, cruzando meus braços sobre a mesa. — Para o preparo, usamos suco de tolete, 2 gotas do muco de VermeCego, um ramo de hortelã, sangue de salamandra, 10 espinhas de peixe-leão. - arfei, mantendo meu olhar fixo ao dele. Por um breve momento, eu pensei ter visto o rastro de um sorriso passar por seu rosto. — Preciso continuar? Ainda faltam alguns ingredientes, se bem me lembro.

— Não, estava tudo correto. - se virou, voltando a sentar-se em sua cadeira. — Mas não se gabe tanto, senhorita. A arte das poções envolve muito mais que um mero discurso decorado. No entanto, darei 20 pontos a Sonserina.

As comemorações tomaram o espaço da sala. Senti o olhar de Hermione Granger queimar sobre mim, e soube no mesmo instante que ela estaria me enxergando como uma ameaça a sua posição de melhor aluna.

Não era uma posição que me interessava, e sinceramente eu tinha muitas outras preocupações em mente. Mas gostava de lembrar do contexto desta poção, era uma das minhas preferidas e mais simples de se preparar.

Um homem usou a Wiggenweld para acordar uma princesa que tomou a poção do Morto-Vivo, dado a ela pela feiticeira Somnolens. O rapaz havia colocado um pouco da poção sobre a boca da garota, logo depois a beijando.

A poção ainda havia recebido este nome por conta da Sorveira, porquê ela era tradicionalmente usada para a proteção contra diversos tipos de bruxaria.

— Ele gosta de você. - era a voz de Harry. Eu o fitava com a expressão duvidosa, logo o garoto de olhos azuis gargalhou. — Snape, ele teria tirado pontos de qualquer um por o desafiar em frente aos outros alunos. Mas com você foi diferente.

— Acho que ele pode estar de bom humor hoje, mesmo que isso não mude nem um pouco sua cara. - rimos, e logo estendi minha mão em sua direção. — Makayla Merlin, devo dizer que nunca esperei conhecer o garoto que sobreviveu.

— E devo dizer que nunca esperei conhecer uma descendente de Merlin, mas as coisas nem sempre saem como o esperado. - seu aperto em minha mão era firme. Me atrevi a afastar sua pequena franja e visualizar a cicatriz, ele não pareceu se incomodar. — Sou Harry Potter, como deve ver.

— Me desculpe. - retirei a mão, sorrindo fraco e negando com a cabeça. — Digamos apenas que eu seja curiosa demais. E por sinal, estou surpresa em ver os grifanos interagindo com sonserinos. - batuquei as unhas em cima da mesa, checando Severos rapidamente e vendo que ele estava concentrado em seus documentos. — Pensei que se odiassem desde quando a divisão por casas foi criada.

— Eu nunca me importei muito, na verdade. - deu de ombros, mas sua expressão mudou de repente. — Acho que vocês são boas pessoas, mas não ele.

Segui a direção que Harry apontou com a cabeça. Foi então que vi Draco Malfoy, o garoto de cabelos louros que conversava distraidamente com seus amigos.
Eu soube desde ontem que ele era ruim, seu sobrenome trazia a tona muitos relatos de meu avô. Pelo que me lembro, seus pais eram comensais da morte e seguiam fielmente a Você-Sabe-Quem. A probabilidade de que, futuramente, Draco podia vir a se unir ao lado das trevas era muito alta.

— O que aconteceu entre vocês dois, Potter? - indaguei baixo, mantendo meu olhar ainda fixo no sonserino.

— Apenas tenha cuidado com ele, Makayla. - suspirou, arrumando seus materiais que estavam jogados sobre a mesa. — Pessoas como o Malfoy apenas te usam como objetos, não se importa com qualquer outra pessoa que não seja ele mesmo.

— Obrigada por me avisar, Harry. - apertei seu ombro, abaixando o olhar e fitando o nada. — Mas não se preocupe, um garoto como Draco nunca iria conseguir me machucar.

E realmente, não conseguiria. Pois eu sou tão ruim quanto ele jamais seria alguma dia.

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