JJ and Kiara//outer banks⛱

02⛱

Kiara

- você não vai.

Minha mãe arrombou meu quarto.

- eles são meu amigos - explico, já pegando minhas coisas - e eu vou sim. É uma noite importante pro pouges!

- Kiara, eu já te disse que você não é uma deles - ela fala estressada - não joga sua vida fora assim, meu amor!

- mãe, eu não ligo pra nada disso aqui entendeu? - aponto pro nosso redor. Pro meu quarto bem enfeitado, com a cama larga e coberta de lençóis de seda - eu não me encaixo aqui. Eu sou uma pouge, e vou pro evento do solstício. Não adianta me impedir.

Volto a separar minhas coisas.

- eu e seu pai lutamos muito pra te dar o melhor e você joga tudo no lixo, assim? - ela exclama - Kiara, você não faz ideia do que está fazendo ao se juntar com eles.

- eu vou e pronto.

Enfio tudo na minha mochila.

- é aquele seu namorado? Pope? - ela cruza os braços.

- ele não é mais meu namorado.

- é por causa dele?

- é por causa de mim, mãe - falo simplesmente - eu não faço parte daqui. Nunca fiz.

- você não sabe do que tá falando.

- eu sei sim. E se é difícil pra você aceitar isso, sugiro que procure um terapeuta.

Fecho a mochila com força e a jogo nos ombros. Mas antes que eu saísse do quarto, ela segura forte no meu pulso.

- você vai se arrepender disso, filha - ela fala baixo.

Me solto.

- não me impeça - falo dura e fria, a deixando sozinha no quarto.

***
Aquela parte da ilha estava repleta de pouges e uma música alta emanava da praia.

Fiquei na ponta dos pés tentando encontrar meus amigos, até ver Pope em cima de uma rocha e gritando como um selvagem enquanto molhava o rosto com cerveja.

Ri alto e me aproximei dele, encontrando JJ no pé da rocha incentivando o amigo.

Mas assim que me aproximei, os olhos do loiro percorreram meu corpo de cima a baixo e ele teve que tomar mais um gole de sua bebida antes de falar comigo.

- desde quando você ficou tão gostosa?

Rio.

- você tá bêbado, JJ - falo, levando meu olhar até Pope que ainda não parava de se divertir sobre a rocha - você me prometeu que não daria mais nada pra ele.

- e eu não dei - ele levanta as mãos em rendição - foi o John B dessa vez.

- cadê ele?

- agarrando a bunda de Sarah em algum canto - ele sorriu.

- que grosseiro, JJ! - dou um murro nele.

- ouvi falar que a namoradinha de Pope vai chegar daqui a pouco.

- e daí? - pergunto tranquila, pegando a garrafa de sua mão e virando na minha boca - é normal namorados se encontrarem em festas como essa.

- e daí, que vai sobrar nós dois de vela - ele pega de volta a garrafa.

- tá sugerindo que... - começo maliciosa.

- não - ele fala rapidamente, mas depois sorri - a não ser que você queira.

- meu Deus, JJ! - rio alto.

- o quê foi?

- pouge não pega pouge - dou de ombros - e você tá muito bêbado pra pensar no que tá pedindo.

- ninguém segue essa regra - ele vira a garrafa mais uma vez - e você e o Pope se pegaram durante um mês inteiro.

- tá com ciúmes de mim e do Pope? - pergunto interessada no assunto.

- não, só to falando que você mesma não segue essa regra.

Olho desconfiada pra ele e depois de pensar sobre, acabo tendo uma ideia.

- eu vou me odiar por tá fazendo isso, mas... - pego a garrafa dele e viro tudo, sentindo o álcool percorrer meu sangue - se até a meia noite nós dois não tivermos com ninguém, você me encontra no chalé de caça dos meus pais.

- tá falando sério?

- você sabe onde fica.

Saio dali, virando mais álcool e sentindo meu corpo se aquecer.

E talvez fosse pelo efeito forte da bebida, mas lá no fundo eu desejei que não arrumasse ninguém durante a noite.