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MTO MTO OBGGGGG❤❤❤

Já fazia um bom tempo que meu pai estava acertando as contas com o policial e com o pai de JJ, que parecia fazer de tudo pra que o filho parasse na cadeia.

Me abraçei ao braço de JJ enquanto esperávamos. Ele entralaçou seus dedos nos meus, os apertando num gesto delicado. 

- e então, já resolveram? - Sarah surgiu com John B - porque tão parados ai? 

- meu pai vai pagar as multas de JJ.

Ela ficou em silêncio, processando a possibilidade de meus pais finalmente ajudarem o garoto em uma coisa. Era mínima, mas pelo visto existia. 

Tive que explicar toda a situação, já que JJ ainda estava estressado demais pra retomar a conversa. Notei que Topper e Rafe já tinham ido embora, me deixando um pouco mais tranquila. Minha mãe deveria estar no carro aguardando meu pai junto com seu desgosto por toda essa confusão.

Depois de alguns instantes, o policial voltou com os dois de dentro do escritório. Meu pai ainda não olhava pra minha cara, sinal de que isso ainda não tinha acabado por aqui. Não pra mim.

- muito bem, garoto - o policial colocou as duas mãos na cintura e olhou pra JJ - teve sorte dessa vez. Mas antes... a arma. 

O oficial estendeu a mão, esperando a ação voluntária do garoto. Mas JJ permaneceu parado visilmente irritado.

- sei que está com ela. Não nasci ontem e lido com delinquentes todo dia. Abre a mochila.

Ele continuou parado. Seu pai xingou baixo e desviou o olhar do filho. 

Apertei sua mão e acariciei seu braço.

- JJ... - murmurei - vamos pra casa... entrega logo isso.

Ele lançou um olhar mortal pro oficial, que não se importava com as ameaças silenciosas do loiro. Ele respirou fundo e passou a mochila pra frente do corpo, se soltando da minha mão e tirando o revólver de dentro.

Meu pai olhou assustado e, pela primeira vez durante horas, ele olhou pra mim.

- agora me entrega - o policial abriu mais a palma da mão.

E sem parar de fuzilar o oficial, JJ deu um passo pra frente e trincou os dentes, entregando a arma lentamente nas mãos do homem.

- fica esperto, garoto - ele colocou a arma num pacote - não vai ter isso da próxima vez. Estamos entedidos?

JJ não respondeu. 

- pra casa - meu pai disse de repente e me agarrou pelo braço.

- o que?

- boa tarde, policial. Sinto muito pela Kiara estar envolvida nisso. Não vai se repetir - ele começou a me arrastar.

- pai... - tentei sair de seu aperto, mas só fazia com que ele apertasse mais forte e caminhasse mais rápido - espera! O JJ...

- pra casa. Agora - ele repetiu bravo.

Me virei na direção dos meus amigos, notando que Sarah tentava vir na minha direção a todo custo, mas era bloqueada pelo mesmo oficial que John B trocava duras palavras. Já JJ tinha sumido com o pai como num passe de mágica.

Meu pai me apertou mais ainda e não contive gemer de dor. Atravessamos a recepção saindo aos tapas e gritos de lá. Ele abriu a porta de trás do carro e me jogou lá dentro, mas antes que eu pudesse abrir a porta minha mãe travou o carro por completo, deixando somente a porta do motorista liberada. Ela não disse nada pra mim e voltou a cruzar os braços, olhando pra estrada.

Meu pai entrou e deu partida, saindo acelerado de lá. Resolvi ficar quieta pra que não o deixasse mais irritado. As chances que ele tinha de acabar perdendo o controle do carro e bater no primeiro poste que visse eram altas quando se tratava de ouvir o nome de JJ mais uma vez.

Me encolhi no banco, sentindo um nó se formar na minha garganta. Passei minha mão na região vermelha que se destacava no meu braço e tentei controlar a raiva que fervia meu sangue.

***

- a partir de hoje, você vai ficar aqui - minha mãe começou assim que chegamos em casa, jogando a bolsa na mesa - nada de casa de John B, nada de fugir com Sarah e muito menos andar com JJ e aquele outro garoto.

- nós já fomos pra aquela lanchonete falar com o Billy e pedimos sua demissão - meu pai disse curto e grosso.

- oi? - me exaltei - me desculpa, mas aquele é meu emprego. Vocês não podem me privar disso também.

- sim, nós podemos e já fizemos.

- e como eu vou juntar dinheiro agora? Perderam a noção total? - exclamei.

- se quiser trabalhar, o restaurante está de portas abertas pra você - minha mãe cortou - não vamos te dar brecha pra você fugir de novo. Já pagamos bem caro pra te manter aqui de volta, então colabore.

- JJ não pediu pra que vocês...

- não quero ouvir você falando disso mais, entendeu? - ela interrompeu, me fazendo calar a boca - seja grata pelo que fizemos por você e aquele delinquente. Pagamos caro e agora você faça o favor de nos obedecer.

Meu pai jogou as chaves no sofá e tirou os sapatos, subindo pro quarto bufando feito um touro. Fiquei a sós com minha mãe, que ainda me olhava com decepção.

- e nós vamos ao médico semana que vem, quer você queira quer não.

- não vou sem o JJ - ameaçei sem medo de levar um esporro por causa disso.

Ela riu como se fosse a coisa mais imbecil que já tivesse escutado, mas eu permaneci séria e cruzei os braços.

- o filho também é dele e ele merece acompanhar as consultas de perto.

- ele merece ser preso, isso sim!

- porque você insiste tanto nisso? Céus! Ele não matou ninguém, então para de agir como se ele fosse um psicopata assassino! Só porque ele não é um kook não significa que...

E antes que eu pudesse terminar de falar, senti a lateral do meu rosto queimar pelo tapa que tinha estralado em mim. 

- não grite comigo.

Passei minha mão na região e tirei meu olhar de minha mãe.

- não quero que minha filha ande nesses esqueminhas com a polícia. Ainda mais estando grávida! Foi por isso que pagamos todos os atrasos do garoto. Não quero ver vocês dois juntos. Nunca mais, entendeu ou eu vou ter que desenhar?

Balançei a cabeça negativamente e subi pro meu quarto.

- e você vai pro médico e ponto final! - ela gritou lá de baixo.

- mas que porra!

Bati a porta com força e desabei na cama.

JJ and Kiara//outer banks⛱Onde histórias criam vida. Descubra agora