Amando Novamente

Capítulo 12 - Fernando

Estava me sentindo o mais miserável dos homens depois de ver o quanto magoei a Marina. Aqueles olhos cheios de lágrimas causadas por mim, me fez sentir decrépito novamente, isso até ela me enviar uma mensagem exigindo que eu pedisse perdão. Eu fiquei tão nervoso que me esqueci do principal.

Liguei para uma floricultura próxima ao escritório e pedi um arranjo com as flores mais bonitas. Não queria ser um clichê, eu queria que ela entendesse que o que tivemos no fim de semana foi muito real. Assim que me ligaram dizendo que estava pronto eu desci para pegar o arranjo e guardar no meu carro. Consegui fazer tudo a tempo de estar no hall dos elevadores faltando cinco para as cinco.

Marina apareceu às cinco em ponto e fingimos indiferença. Algumas pessoas do escritório desceram no elevador conosco e ela viu que eu apertei o botão para a garagem. Ela me seguiu até o meu carro e assim que eu abri a porta traseira e tirei um buquê sortido de todos os tipos e cores de flores, Marina abriu a boca.

Me ajoelhei diante dela segurando o buquê.

– Preciso fazer um pedido formal de perdão. Marina, me perdoa por ter escondido alguns detalhes sobre aquele bendito perfil. Eu estava inseguro, eu vejo como as pessoas me olham na empresa. Sou o esquisito que ficou inacessível desde o divórcio, mas você me fez desejar mais, me fez querer voltar a viver. Tem ideia de quanto tempo guardei essas gravatas mais bonitas? Me perdoa por não ter te abraçado de verdade no sábado à noite. Meu corpo e o meu coração doeram te vontade de estar do seu lado.

Marina estava sem palavras, apenas chorando silenciosamente.

– Me perdoa? Vamos começar de novo. Eu te juro que meu nome é Fernando Sousa. Posso te mostrar o meu RG.

Ela riu com a última frase.

– Você existe mesmo? Meu Deus, como eu quero que você seja de verdade. – Ela disse com a voz baixinha.

– Eu existo. – Falei e me levantei. Segurei as flores com uma mão e com a outra segurei uma das mãos dela e coloquei sobre o meu peito. – Existo e quero que você me conheça.

Marina me abraçou e foi muito mais gostoso do que eu imaginei.

– Eu te perdoo. – Ela falou ao pé do meu ouvido. – Também quero que você me conheça.

As flores estavam incomodando, então eu a afastei um pouco, coloquei o buquê novamente dentro do carro e a puxei para um abraço de verdade. Marina encostou o rosto no meu peito e eu suspirei aliviado.

Quando ela levantou a cabeça e me olhou eu não pude resistir, segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei seus lábios. Era de verdade, estava acontecendo.

– Me desculpa pelo comportamento infantil. Eu não tinha a intenção de te enganar.

– Tem noção que eu quase te traí com você mesmo?

– Tenho total noção disso, por isso me declarei logo.

– Agora eu sinto te informar, mas você vai ter que atravessar a cidade e me levar para a minha casa.

– Farei isso com o maior prazer.

– Espera. E as suas filhas?

– A minha mãe mora do outro lado da rua. Elas vão ficar bem.

Ela sorriu e eu a adorei um pouquinho mais por se preocupar com as minhas filhas.