Capítulo 15 - Marina

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Na manhã seguinte encontrei Fernando no café em frente ao edifício em que trabalhamos. O admirei de longe olhando para os dois lados da rua antes de atravessar. O meu coração acelerou quando ele se aproximou com um sorriso no rosto.

– Bom dia. – Ele disse e deu um beijinho em meus lábios.

– Bom dia.

– Você está linda.

– Obrigada. Adorei a gravata.

– A Jéssica deixou separada para mim.

– Eu já a adoro só pelo bom gosto.

A gravata em questão é em seda rosa com alguns detalhes em preto. Combinou com a camisa cinza que ele estava usando. Nos sentamos e ele segurou a minha mão sobre a mesa. Eu não sei o que tem de tão romântico em tudo o que ele faz, mas eu me sinto uma princesa na presença dele. Acho que a grande vantagem de um relacionamento mais maduro é saber que as atitudes não estão cem por cento focadas em sexo. Percebo que assim como eu, Fernando deseja ter companhia, alguém para compartilhar o dia-a-dia.

– Você vai na convenção no próximo mês? – Perguntei.

– Não sei. Eu não fui às cinco últimas. E você?

– Eu só fui à do meu primeiro ano na empresa.

– Você não gosta desse tipo de evento?

– Acho um pouco difícil passar duas noites em um resort com o pessoal do trabalho. O Iago estava me enchendo a paciência sobre isso.

Fernando ficou sério e eu senti muita vontade de rir.

– Por que você está fazendo essa cara?

– Que cara?

– Você ficou sério quando falei do Iago.

– Vocês parecem muito próximos.

– De quem o Iago não é próximo?

– De mim.

– Ah, você não vale. – Provoquei.

– Por quê? – Me perguntou indignado.

– Quem não te conhece te acha muito complicado.

– Sou introspectivo.

– Eu não te acho introspectivo. Te acho muito acessível.

– Estou sendo assim com você. Mas fora do trabalho.

– Entendo.

– Eu sou muito simpático com os clientes.

– Eu sei, você tem uma excelente fama.

– É mesmo?

– Claro. As pessoas no escritório de admiram como executivo.

Ele sorriu e eu quis beijá-lo.

– Bom, acho melhor nós irmos. – Ele se levantou e estendeu a mão para mim.

Fernando e eu tomamos café e almoçamos juntos quase todos os dias dessa semana. Exceto na quarta quando ele teve uma reunião com um cliente na hora do almoço. Eu fiz questão de levar os cartões de visitas dele quando ficaram prontos. Alguma coisa em não poder tocá-lo durante o expediente me deixa agitada e até mesmo excitada. Ele fica tão bonito dentro de sua sala com aquela cara séria. Ele insistiu em me levar para casa todos os dias e nos falávamos por pelo menos duas horas antes de dormir.

Quando chegou sexta-feira eu já estava toda derretida por ele. Louca para ter um momento de intimidade, louca por mais beijos longos e toques quentes.

– Você pode entrar e ficar um pouco mais? – Perguntei prendendo a respiração quando ele estacionou na frente do meu prédio.

– Você quer que eu fique?

– Quero.

E com a minha resposta percebi que ele também prendeu a respiração.

Subimos para o meu apartamento ainda prendendo a respiração e sem conseguirmos olhar um para o outro, pois eu tenho certeza de que se nos olhássemos nós tiraríamos nossas roupas ali mesmo.

Passamos pela porta e assim que eu a fechei, Fernando me abraçou e me beijou.

Não foi um beijo lento como o primeiro. Foi como uma chama que tomou conta de nós. Eu o desejava tanto que até doía.

– Você vai me abraçar? Depois... depois que acabar. – Perguntei sem ar.

– Eu vou te abraçar, vou ficar ao seu lado até você adormecer.

Fomos para o meu quarto e eu fiquei muito satisfeita por ter sido ele o primeiro a entrar lá comigo. O meu coração batia estrondosamente e o que eu mais queria era me unir a ele de uma maneira mais íntima. Era o que nos faltava. Só esse detalhe para estarmos completos.

Eu passei a minha vida inteira olhando apenas para homens atléticos e cheios de músculos. Eu sempre gostei da sensação de tocar braços fortes e abdomes duros. Mas toda essa excitação era passageira, no fim eu adormecia e acordava com a cama vazia. O meu casamento não foi muito longe disso. Wash me atraiu primeiro por sua beleza. Eu jamais imaginei que um homem tão lindo quanto ele se casaria comigo. O sexo era explosivo no começo, todas as noites, em qualquer lugar. Wash ficou doente e teve que ficar hospitalizado por meses, assim que ele voltou as coisas mudaram. Ele estava frágil e precisava de mim, mas como nossos corpos se conheciam de outra maneira, foi muito estranho para nós dois conviver com a distância. E quase oito meses depois quando ele voltou ao normal, nossa vida sexual parou de existir. Esse foi o real motivo do fim do nosso casamento. Depois disso a ideia de fazer amor com alguém me assustava. Eu não queria sexo, eu queria amor. E esperei por um ano. Até esse momento.

Fernando foi perfeito. Quente e carinhoso, hábil e gentil. Ele me tocou como eu nunca fui tocada e me senti amada e cuidada em cada toque dos seus dedos e boca. A forma como ele me olhou, cheio de paixão, como seu eu fosse perfeita abalou ainda mais as minhas estruturas.

– Você é linda, Marina. – Ele disse com admiração enquanto tocava minha pele.

Eu adorei admirá-lo, tocá-lo. E por mais que Fernando não fosse musculoso como meus antigos companheiros, acho que nunca tive um homem tão lindo em minha cama.

Quando nossos corpos se completaram eu senti meu coração prestes a explodir. Foi perfeito, como se lê nos livros. Como toda mulher deve sentir. Nossas bocas não se afastaram e sentir a respiração dele junto a minha era tão prazeroso quanto o ato em si. E quando nossos corpos alcançaram o ápice do prazer ele me abraçou e me beijou, e eu nunca me senti tão amada. Eu não precisei de palavras, eu senti o amor em essência.

– Viu? Eu estou te abraçando. – Ele comentou com os braços em volta de mim.

– Não me solte.

– Não vou soltar, Marina. Não vou soltar.

E ele me abraçou até eu adormecer.

Amando NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora