Capítulo 7 - Marina

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Ouvir Felipe falar era como uma carícia de veludo. Ele me entendia, aconselhava e acalentava. Falando com ele me senti ouvida e cuidada. É tão estranha essa emoção, e isso tudo tão depressa. Mas passar a noite de sexta-feira conversando sobre tudo, foi maravilhoso. Compartilhamos experiências, gostos, conquistas e derrotas.

Sei que pareço uma presa fácil nas mãos de um predador, mas não sei por que eu realmente confio nele. Felipe me deixa à vontade, me fez até ficar à vontade para falar sobre minha repentina afeição pelo Fernando do escritório.

- O sol está nascendo e nós estamos aqui. - Falei sentindo os olhos pesados de sono.

- Foi como se tivéssemos passado a noite na balada.

- Estamos chegando em casa agora.

- Sim.

- Nos vemos na balada novamente amanhã? - Perguntei cheia de esperanças.

- Claro.

- Vinho?

- Vinho.

- Bom dia, Felipe. Nos vemos mais tarde.

- Bom dia, Marina.

Mal desliguei e o sono me tomou.

Acordei e passava das quatro da tarde. Me senti disposta e alegre. Tomei um longo banho e fui ao mercado comprar meu estoque da semana e o vinho para o bate papo com o Felipe.

Estava alegre pelos corredores do supermercado quando encontrei Wash de mãos dadas com outra mulher. Eles certamente passaram a noite juntos. Tentei virar o corredor sem ser vista, mas Wash me avistou.

- Marina! - Ele chamou alto e eu não tinha como fingir que não ouvi.

- Oi. Tudo bem?

- Tudo. - Ele deu um beijo no meu rosto e se afastou. - Essa é a Quitéria. - Ele falou e apontou para a moça negra e linda ao seu lado.

- Olá, Quitéria.

- Nossa, você é a ex mulher dele? - A mulher ficou sem graça ao me reconhecer.

- Pois é. - Comentei baixinho. - Bom, foi um prazer te conhecer, Quitéria. Eu preciso ir, Wash.

Me virei e fui para o outro lado do mercado. Felipe tem razão quando diz para eu me afastar de Wash. Eu não posso continuar a sorrir para a alegria dele enquanto o meu coração se despedaça por eu me sentir incapaz de recomeçar.

Coloquei uma pizza no forno, abri a garrafa de vinho e esperei pela chamada do Felipe. Às nove em ponto ele me ligou.

- Eu comecei sem você. - Confessei.

- Você abriu o vinho sem mim? - Ele perguntou incrédulo e me fez rir.

- Me desculpa, eu precisava de um gole.

- Aconteceu alguma coisa? Você parece chateada.

- Nada demais, só tive a certeza de que você tem razão sobre o meu ex marido.

- O que foi que aconteceu?

- Eu o encontrei hoje no mercado e ele estava com uma mulher.

- E você sentiu ciúme?

- Não foi ciúme, foi incomodo, por mim e pela mulher que ficou extremamente sem graça ao descobrir que eu era.

- Ele é do tipo que te põe no altar para as outras mulheres?

- Não sei. Provavelmente. Mas doeu, Felipe. Não quero mais passar por isso. Não quero ser a ex mulher bacana.

- Então não seja. - Ele comentou com doçura.

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