Capítulo 16 - Fernando

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Foi extremamente difícil me afastar quando ela adormeceu. Mas eu tinha que voltar para casa. Marina abriu os olhos quando eu me afastei.

– Você já vai? – Ela perguntou me olhando com doçura.

– Tenho que ir.

– Nos vemos amanhã? – Ela perguntou com a voz sonolenta.

– Claro. Venho te buscar para a aventura com as minhas meninas.

– Estou ansiosa.

– Ah, acredite que as duas também estão. Com certeza ainda estão acordadas me esperando.

– Então vá.

Me aproximei e a beijei.

– Sabe que eu só estou indo porque preciso, não sabe?

– Eu sei, não se preocupe. Teremos muitas oportunidades de passarmos a noite juntos.

– Amanhã?

Ela sorriu com aquela boca tentadora e assentiu.

– Perfeito. Bons sonhos, Marina.

– Boa noite, Fernando.

Voltei para a minha casa com a cabeça cheia de Marina. Nem sei como cheguei, fiz o trajeto por osmose. Meu corpo ainda a sentia. Aqueles olhos, aquela boca, aquela pele. Ela é perfeita e eu jamais imaginei que me sentiria assim depois de tanto tempo.

E como eu imaginei, minhas duas meninas estavam acordadas na sala.

– A vovó acabou de sair. – Jéssica se explicou.

– Está bem.

– Ela disse que o senhor já estava a caminho.

– Sim. Eu já cheguei.

– O senhor saiu com a sua namorada? – Talita perguntou.

– Eu fui deixá-la em casa. Agora vou tomar um banho e desço para ficar com vocês.

Passava das onze e eu não faço ideia de quando foi a última vez que eu voltei tão tarde para casa. Tomei banho e quando saí vi que Marina tinha me enviado uma mensagem.

MARINA: Vou te abraçar até o dia amanhecer.

FERNANDO: E eu vou adorar.

Minhas filhas assistiam a um seriado infantil e eu as acompanhei.

– Gosto quando o senhor sorri assim. – Jéssica comentou e deitou a cabeça no meu ombro.

– Obrigado por ficar feliz por mim.

– A gente te ama, pai. O senhor merece ser feliz mais do que qualquer outra pessoa.

Senti os olhos ardendo com as lágrimas que aquela confissão causou. Eu a abracei apertado e respirei aliviado por me sentir leve depois de tanto tempo.

Na manhã seguinte as meninas andavam agitadas de um lado para o outro.

– Fiquem calmas, eu vou buscar a Marina e a trarei para cá.

– Ufa, ainda bem, assim a gente consegue se arrumar em paz. – Talita resmungou me fazendo gargalhar.

– Estarei de volta em menos de duas horas.

– Tá bom! – Jéssica gritou do quarto dela.

Meu telefone tocou quando eu estava a caminho da casa da Marina, era Gabriele.

– O que aconteceu que as meninas não quiseram passar esse fim de semana comigo? – Ela perguntou.

– Nós tínhamos planos.

– Eu não poderei pegá-las na semana que vem.

– Tudo bem, a Jéssica já tinha me dito.

– Não está tudo bem, Fernando. Eu não vejo as meninas há meses.

– É sério? Não me diga. – Falei com ironia. – Talvez se você cumprisse com as suas promessas as meninas sentissem mais vontade de mudar a agenda delas por você, já que você não muda a sua por elas.

– Eu não quero brigar, Fernando.

– Eu também não quero, Gabriele, mas as meninas já podem muito bem decidir o que querem fazer com os finais de semana delas.

– Podemos então mudar nossos fins de semana? Eu posso pegá-las daqui a quinze dias?

– Por mim tudo bem, mas fale com elas antes.

– Está bem.

Fiquei imaginando o que Gabriele faria se soubesse que as meninas estavam se arrumando para passear comigo e com a minha namorada. Acho que ela não ia se importar, ela só liga para si.

Quando parei na frente do prédio, Marina já me esperava segurando uma bolsa grande. Ela estava com os cabelos presos e com óculos de sol. Ela entrou no carro e o meu coração bateu mais forte.

– Oi. – Ela disse com um sorriso e me beijou.

– Oi. Dormiu bem?

– Como um anjo.

– Você é um anjo.

Ela sorriu e me beijou novamente.

– Vamos senão eu vou ficar aqui querendo te agarrar. – Falou e eu ri.

Ao estacionar na frente da minha casa percebi a apreensão de Marina.

– Está nervosa?

– Estou. E se elas não gostarem de mim?

– Eu tenho certeza de que elas vão te adorar.

– Como você tem tanta certeza disso?

– Elas sabem que eu estou feliz graças a você.

Ela pareceu relaxar depois disso. Entramos em casa e as meninas saltaram do sofá.

– Papai! – Gritaram em uníssono.

– Meninas. – As duas pararam diante de mim e de Marina. – Essa é a Marina, minha amiga.

– Oi, Marina. Eu sei que você é namorada do meu pai, não sei por que ele fica dizendo que você é amiga dele. – Talita disse colocando uma mão na cintura.

– Bom, eu também sou amiga do seu pai, nós trabalhamos juntos.

– Mas a senhora também é a namorada dele. – Talita afirmou e viu que Marina segurou o riso.

– Sim. Eu sou. – Ela assumiu e eu fiquei feliz, embora esse não fosse o nosso plano.

– Muito prazer, Marina. – Jéssica veio a frente e deu um abraço em Marina.

– O prazer é meu, Jéssica. Você tem muito bom gosto, adoro as gravatas que você escolhe para o seu pai.

– Obrigada. – Minha filha respondeu com um sorriso verdadeiro.

– Também quero te dar um abraço. – Talita falou e abriu os braços para Marina, que a abraçou.

– Também é um prazer conhecer você, Talita.

Minhas filhas pareciam realmente animadas com a presença da Marina.

– Que tal nós irmos? – Perguntei.

– Vamos. – Marina respondeu e segurou a mão que eu estendi para ela.

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