Capítulo 28 - Fernando

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- Eu jamais imaginei que a Jéssica tivesse passado por tudo isso sem me contar.

- Ela será uma mulher ainda mais forte. - Marina disse.

- Ela soube da traição da mãe antes de mim e guardou isso no seu coraçãozinho de dez anos de idade. - Senti as lágrimas em meus olhos. - Como eu nunca enxerguei isso?

- Não se culpe. Ela quis te proteger, assim como ela quer proteger a todos nós.

- O que você acha que eu devo fazer?

- Acho que seria legal ela se abrir com alguém, um especialista a ajudaria muito. A Jéssica está entrando em uma fase delicada e certamente tem várias outras coisas que ela jamais nos dirá.

- Você tem razão. Vou procurar um terapeuta.

- Isso, mas antes converse com ela. Vai ficar tudo bem, ela é uma menina fantástica.

- E você será uma mãe fantástica.

- Quer mais filhos? - Ela perguntou com os olhos arregalados.

- Claro, pelo menos dois. Quero povoar o mundo com seus genes maravilhosos.

Ela gargalhou e foi o som mais lindo desse mundo.

- Meus genes maravilhosos. Eu já estou chegando aos trinta e seis, meu caro.

- Vamos começar logo, então, amor.

- Vamos. - Ela concordou e me olhou nos olhos. - Vamos aumentar a nossa família.

Se o meu coração não parou de alegria naquele momento, ele não vai parar nunca mais.

Quando Talita chegou da casa da mãe, demos a notícia para as duas.

- Vamos nos casar. - Falei e as duas gritaram enlouquecidas.

Talita ficou tão feliz que até chorou, na verdade todos nós acabamos chorando. Naquela mesma noite eu pedi para Marina se mudar para a minha casa, e ela aceitou.

Na segunda-feira chegamos juntos no escritório. Todos ficaram chocados com a notícia do nosso casamento. Eu não esconderia mais o meu amor por Marina.

Nessa mesma semana Felipe foi à nossa casa para que ele finalmente conhecesse a minha Marina.

- Bom, tenho que assumir que o meu irmão é um partido muito melhor do que eu. - Felipe provocou.

- Não, a verdade é que ele percebeu que você era muita areia para o caminhãozinho dele. - Foi minha vez de provocar e todos rimos.

Conheci os pais da Marina e entendi de onde veio tanta doçura, sua mãe é encantadora e me adotou logo de cara.

Tive também que tomar uma difícil decisão, mas achei que era o certo a fazer.

- Convide o Washington para almoçar com a gente nesse domingo. - Falei para Marina.

- Tem certeza?

- Claro. Você o tem como seu melhor amigo, acho justo vocês conversarem e entenderem em que ponto estão. Não quero deixar pontas soltas nas nossas vidas, Marina. Quero que tenhamos uma vida plena.

Ela me abraçou e me encheu de beijos.

Washington é realmente a pessoa que Marina descreveu. Um homem com o coração enorme e bom. Minhas filhas o adoraram e ele pareceu muito feliz por Marina.

Nosso casamento aconteceu seis meses depois, foi simples, uma cerimônia no civil e um almoço só com as pessoas que amamos.

Gabriele esteve presente, e ela e Marina tiveram uma longa conversa. Depois Jéssica e a mãe colocaram todos os pingos nos is. A terapia tem ajudado muito a minha filha e ela nunca me pareceu tão bem.

Tão bem até a página dois, até que um tal de Erick começou a ligar muito para ela e aparecer repentinamente aos finais de semana. Ele tem muita sorte porque caiu nas graças da sogra postiça.

Certa vez entrei na cozinha e Marina olhava para o rapaz de boca aberta.

- O que foi? - Perguntei torcendo o nariz para o moleque.

- Ele é idêntico a você. - Marina disse e riu.

- Como assim idêntico a mim?

- Ele come igualzinho a você, olha só. - Ela apontou para Erick que estava com o rosto vermelho como um pimentão.

Acabei rindo porque ele segura o garfo de maneira estranha, assim como eu seguro e ele pega a comida com a ponta dos dentes, assim como eu faço. É claro que com toda a torcida a favor do Erick eu não pude ser severo demais com ele.

Acabamos nos mudando para uma casa maior, um ano após o nosso casamento, pois depois de algum tempo tentando, Marina finalmente ficou grávida. Escolhemos um lugar grande, pois depois de ver a minha esposa linda com aquela barriga grande, decidimos que teríamos outro assim que o Vinicius nascesse.

Eu ia ser pai de um menino.

Minhas filhas ficaram enlouquecidas de alegria, e na minha casa a felicidade reinou.

Amando NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora