Acho que já está tudo bem, a enfermeira disse que ia mudar para o outro bloco, outra vez, acho que é bom, não !? A partir de amanhã já posso receber visitas.
Mudei para o outro bloco por volta da meia noite. E fiquei admirada com o que la vi. Estava o niall deitado na única cama que existia no quarto.
Enfermeira: como fazemos agora? - sussurrou
-ponha esta maca à beira da cama que eu durmo aqui.
E assim ela o fez. "Ele é tão bonito a dormir. Olhem aquela boca, a pele, o cabelo tudo nele é perfeito God!!" Aproximei-me dele e deixei-lhe umas pequenas festas, passei uma das minhas mãos pelo seu cabelo, estava um pouco suado. Estava a admira-lo quando de um segundo para o outro ele começou a meter-me imenso de um lado para o outro e começou a gritar "não!!!! Por favor dá-me a mão. Mauraaaaaa!" Acalmou-se e passado pouco tempo começou a meter-me medo novamente mas desta vez gritava " (t.n)! (t.n)! Por favor não vás para o paraíso, peço te por tudo eu preciso de ti aqui, não tenho mais ninguém, és como a minha família toda numa pessoa só!" Depois começou a chorar e eu já não aguentei, passei-lhe outra vez à mão pelo cabelo e beijei-lhe a testa.
-calma niall.. já cheguei, anda lá calma niall
Ele continuava sobressaltado mas quando eu acabei de dizer aquela frase ele acalmou, não sei se foi coincidência, mas foi o que aconteceu.
Niall: não não nãoooo! - e acordou sobressaltado.
-calma niall, eu estou aqui.
Ele abraçou-me e chorou durante tanto tempo.
-calma niall, não precisas de ficar assim.
Niall: já voltaste! Estou tão aliviado.
-posso te perguntar uma coisa?
Niall: claro.
-confias em mim, não confias?
Niall: anda lá, (t.n), pergunta
-quem é a Maura?
Ele desviou o olhar para a janela lentamente. As suas feições mudaram agora estava triste a pensar, ele não me respondia, mas eu não o queria pressionar.
Niall: a minha mãe.
Disse ele sem desviar o seu olhar da paisagem escura e iluminada pelas lâmpadas.
-o que lhe aconteceu?
Niall: Ela, ela.. ela faleceu.
-lamento imenso niall! Quando quiseres podes falar comigo.
Fazer-se alguns minutos de silêncio. Até que ele rompeu esse silêncio.
Niall: Eu quero falar agora, eu já não aguento mais, guardei isto durante tanto tempo. Finalmente encontrei alguém em quem posso confiar, e esse alguém és tu. - Estava estupefata com o que ouvi - então aqui vai. Eu era pequeno, tinha só 3 anos, e os meus pais tiveram mesmo de sair de casa e deixaram-me com o meu irmão em casa. Estávamos sozinhos e.. e ele estava no quarto com a namorada. Eu disse-lhe que ia jogar à bola, e assim o fiz. Fui para o Jardim e comecei a dar uns toques com a bola. - começou a chorar ao relembrar o passado - depois, depois eu mandei um chuto demasiado com força e partiu o vidro. A minha mãe já tinha chegado e estava a preparar o almoço ela estava a ligar o fogão e os vidro acertaram no fogo. As chamas começaram a crescer. O meu pai ainda não tinha chegado. O meu irmão mal sentiu o cheiro saltou pela janela com a namorada. E a minha mãe não resistiu, ela bem que tentou ir até a janela e eu tentei agarrá-la, mas não consegui, ela transformou-se em simples cinzas numa fração de segundos, eu cai no chão, eu chorei tanto. Cheguei a ir a um psicólogo porque estava numa depressão.
Os seus olhos azuis estavam agora vermelhos de tanto chorar. A sua pele branca macia estava muito molhada. E os seus lábios estavam mais vermelhos que nunca. Nunca o tinha visto assim.
- e o teu irmão e o teu pai?
Niall: esses abandonaram-me quando mais precisava. Eles viraram-me costas. Eles culpam-me pelo que aconteceu. Eu já não os vejo desde esse dia, eu não os perdoou.Família que é família não vira as costas ao resto da família.
-Eu compreendo, não sabia que era assim a tua vida.
Niall: pois, mas não é tudo. Tu sabes a casa onde nos fomos ontem? Aquela queimada, cheia de cinzas? - assenti com a cabeça - foi a casa onde a minha mãe morreu. Quando estou lá eu sinto que estou ao lado dela outra vez. Por isso é que eu me acalmo quando eu vou lá.
Abracei-o com todas as forças que eu tenho.
Agora tudo faz sentido. A casa, as cinzas, o facto de conhecer todos os cantos daquela casa tal como a palma das suas mãos. O facto de ele se acalmar, de quando eu entrava lá, ele estava a falar sozinho... Das frases que ele gritou à pouco enquanto dormia. Nem sei o que lhe dizer. Eu gosto tanto dele, mas nunca soube daquilo. Mas fico contente com aquilo que ele me contou fiquei contente por saber que sou a única a saber disto.
-niall, tu começas te a chamar o meu nome e a dizer que eu não me podia ir embora.
Niall: ah isso... Eu culpo-me todos os dias da morte da minha mãe. Ela era a mulher da minha vida e eu perdi-a e tenho medo de te perder a ti agora. Tu agora és a mulher da minha vida e eu não te posso perder. Eu não quero passar pelo mesmo. Por favor nunca me deixes. Promete-me que nunca me vais abandonar.
-prometo.
Foi a única coisa que consegui dizer abracei-me a ele e depois adormeci no seu peito, o seu coração estava acelerado, aquela batida fez com que o sono se apuderasse de mim, por completo.