Eu num lado, o Harry no outro e a Paula no nosso meio, foi assim que começamos a descer as escadas. De repente o peso feito pela Paula nos meus ombros aumentou. Não entendi o que tinha acontecido, até reparar no olhar posto em nós por parte de toda a gente que estava presente na sala. O Liam já tinha ido à cozinha buscar um saco de água quente, o Harry pegou nela ao colo para ser mais rápido deita-la no sofá. E eu estava ali a olhar para aquele cenário sem conseguir fazer nada, sem reação qualquer, sinto os meus sentidos a desaparecer, as minhas pernas a ficar sem força e todo o meu corpo ser levado para o chão sem conseguir amparar a queda.
Comecei a abrir os olhos lentamente, não sei quanto tempo fiquei ali deitada. A minha visão ainda estava turva, mas consegui reconhecer o Luke, soube mais tarde que este tinha aparecido em casa do Harry pouco tempo depois de eu desmaiar.
Ele estava com lágrimas nos olhos, mas a sua cara já estava um pouco mais aliviada quando reparou que os meus olhos finalmente abriram.
-Luke, ajuda-me a levantar.
Luke: espera um bocado acabaste de acordar.
-Eu estou bem! Por favor Luke, eu preciso de estar aqui para a Paula, eu quero tratar dela e ela acabou de desmaiar, eu quero estar ao lado dela quando ela acordar.
Luke: (t.n).. ela já não está aqui, ela..
Interrompi-o a meio da frase, não queria e não conseguia ouvir mais.. ela tinha morrido!??? A sério eu não aguento mais primeiro a minha mãe e o meu irmão, agora a Paula?? Estes dias estão a ser horríveis!! Eu não sei se aguento por muito mais tempo com tantas notícias assim.
Luke: (t.n), deixa-me falar, ela foi para o hospital, não morreu nem nada do que estás para aí a pensar!
-então leve-me até lá, eu quero ir ter com ela.
Acho que ele entendeu o meu ar de desesperada, devia ser bem nítido apesar das poucas forças que tinha.
Luke: Okay, okay... vamos lá queres ajuda para levantar?
-claro! Mas vou a pé, não me pegues ao colo.
Luke: Okay Mestre tu é que mandas!
Ambos rimos. Ele ajudou-me a levantar e fomos para o carro dele.
Passado cerca de 15 minutos chegamos ao hospital. Esses 15 minutos foram suficientes para eu ganhar energia para sair do carro e ir a correr ter com a Paula. Quando cheguei à sala ela ainda estava desmaiada. Peguei na cadeira mais perto e sentei-me ao seu lado. Estava a perder todas as minhas forças, não devia ter corrido. Peguei na mão dela e adormeci ao seu lado.