A casa de apostas

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  Ficamos ali por algum tempo... Começo a refletir o que aconteceu! Meu Deus, nunca serei perdoada por ter me entregado a alguém antes de me casar! Mas foi tão, único, não sei, mas já posso imaginar o quanto eu quero isso novamente, ele é tão maravilhoso, nunca imaginei estar com um homem dessa maneira, não sei o que deu em mim, eu só sei que queria muito isso e não irei me arrepender.
- Katheryn...
Viro meu rosto para ele.
- Não está arrependida, está?
Gesticulo que não e pego em sua mão que está no meu quadril. Como eu poderia me arrepender? Eu não sei o motivo de não ter doído, talvez a minha enorme vontade tenha influenciado nisso.
- Não devíamos ter começado isso... - Ele faz uma pausa- Não sei como vamos conseguir parar.
- Não precisamos parar Thommy. Eu posso conviver com isso e você também.
- Eu não posso te prender a mim, quando toda essa situação acabar, você vai pra faculdade e eu vou seguir com a minha vida.
- Você diz... seguir mesmo, esposa, filhos?
- Sim Katheryn. Meu sonho é um herdeiro. Não digo tanto uma mulher, já tive uma.
- Como assim, você vai ficar com alguém que não irá ser afeiçoado?
- Não. Eu só estou dizendo que nós não podemos sabe, nos apegarmos demais. Você vai embora.
É triste pensar assim, mas sei que ele fala a verdade. Não posso nem cogitar a possibilidade de um casamento com ele, nós não sentimos o bastante pra isso. E eu não quero me casar, não para ser apenas uma provedora de filhos.
- Agora me deixe aproveitar você enquanto ainda te tenho, vem. - Ele abre os braços e me enfio entre eles, então ele me abraça. E ficamos ali por mais um tempo.
- Thommy, vou para o meu quarto...
Ele fica em silêncio enquanto me levanto e visto meu roupão.
- Vem cá.
Vou na direção da cama e ele me puxa para um último beijo. Subo para o meu quarto e tudo está quieto, ainda bem.
Me deito, e ainda desejo que ele estivesse aqui, me pergunto se ele quer o mesmo. Fico então pensando na loucura que fiz mas de forma positiva, até pegar num sono.
Acordo no outro dia e vou preparar meu banho. Faço o de sempre como de costumo e escolho um vestido rodado amarelo com flores desenhadas, não tem muitos detalhes mas na parte superior é justinho do jeito que gosto e bem acinturado e então minhas botas marrons, faço uma trança deixando o cabelo na lateral, me sinto uma menina do campo e acho engraçado esse novo visual. Estou com muita fome. Me apresso para ir tomar o café, como de costume todos já tomaram pelo visto, mamãe está sentada lendo seu livro.
- Bom dia mamãe! - Falo de maneira um tanto escandalosa.
- Olá filha! Bom dia! Está de bom humor, que ótimo.
- Sim estou!
- Algum motivo especial?
- Não! - Ah se ela soubesse...
Como três fatias de melão, um pão com queijo fresco, e um copo de suco.
- Bom dia senhorita Katheryn. - John entra pela porta da sala de jantar. - Gostaria de lhe fazer um convite, sabemos que você está pensando em fazer administração e gostaríamos que viesse comigo até a casa de apostas para explicarmos como funciona, quem sabe você não se interessa em trabalhe conosco.
Fico feliz com a ideia! Olho para mamãe e ela está com uma cara de surpresa fingindo disfarçar sua reprovação.
- Posso ir mamãe?
Ela espera uns segundos até responder.
- Pode sim, tomem cuidado e não traga ela tarde John, por favor.
- Sim senhora. Ele sorri.
Sigo ele até chegarmos na saída da casa.
- Então, Katheryn... você vai mesmo pra faculdade? - Ele me questiona.
- Bom, sim, é o plano.
- Vamos caminhando, pedi para os rapazes irem na frente, meu carro está no portão, é um pouco longe, espero que não se importe.
- Magina eu gosto de caminhar?
- Gosta é?
- Minha casa é vinte vezes maior que aqui, cresci ajudando meu pai em várias coisas, não sei o que seria de mim se não gostasse. Ambos sorrimos.
- Eu vi que gosta de cavalos. Quer dizer, eu acho que gosta, vi você montar naquele dia.
- Gosto sim. Na fazenda nós tínhamos a lua e o sol, eu sei o nome é bobo, mas eles eram meus.
Quanto mais eu falo sobre, mais saudade eu tenho.
- Agora você tem a imperatriz.
- Não, não é como se ela fosse minha, mas ela é fantástica.
- Ela é sim. Bom deixe-me abrir a porta pra você. Eu não sei se é o certo, não sei me comportar com uma moça como você?
- Uma moça como eu? - Dou risada e seguro na mão dele para subir no automóvel, ele inclusive está meio desengonçado, é engraçado. Ele fecha a porta e depois senta no banco do motorista.
- Você sabe, uma moça como você, você parece, não sei, uma dessas princesas de contos infantis.
Não posso evitar de gargalhar!
- Eu? Princesa?
- É sim, você usa essas roupas diferente de tudo que já vi, tem cheiro das flores, é delicada, sei lá, as moças da sua idade só pensam em beber fumar e fuder com alguém. Viu só, desculpa não sei como falar perto de você ou da sua mãe, vocês são, requintadas.
- Tudo bem John! Entendi o que quis dizer! Mas lidar com vocês também é bem diferente, estamos acostumados apenas com os nossos funcionários da fazenda, eles são incríveis, amamos todos, somos como uma enorme família. São pessoas simples e adoráveis!
- Não imagino como é crescer num lugar assim, nossos filhos estão destinados a viverem vidas ruins.
- Vidas ruins?
- É. Podemos tomar a porra de um tiro a qualquer momento, morrer de tanto usar cocaína, e várias outras coisas, não é uma vida boa para uma criança. Pretende se casar algum dia?
- Ahm, acho que sim! Não sei, meus pais acham que é meu dever como mulher, mas eu não quero ser a propriedade de outra pessoa, quero ser eu mesma, com as minhas ideias e planos, uma mulher casada é uma mulher presa!
- Não se for mulher de um peaky blinder, nós somos bem condescendentes com a causa das mulheres! - Ele sorri.
Sinto que é fácil conversar com o John, muito fácil, o assunto flui e as palavras surgem ser esforço.
- Ah, se pra ser esposa de um homem comum já é complicado, imagine um de vocês... Quero dizer ahm, é o que você falou, é uma maneira arriscada de viver, não é? Ou as esposas não
são alvos em alguma briga? - Questiono enquanto o encaro dirigir.
Ele faz silêncio e sua expressão muda, diferente de Thommy que tem sempre a mesma cara.
- É você tem razão, chega ser egoista alguém como eu, ou algum de nós, pensar em casar, fazer isso é como colocar um alvo na cabeça da sua esposa... Bom estamos chegando, é ali.

ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora