Já era sexta feira, não tive notícias de Carlos a semana toda, e não parei de pensar no Thomas nenhum instante, exceto enquanto estava fazendo os trabalhos que a senhorita Torres passou, e foram muitos, mas assim que ela passava, eu já fazia para não ficar enrolada, agora estou na biblioteca terminando o último.
- Adivinha quem é?
Alguém tampa meus olhos me assustando, presumo que seja Carlos...
- Carlos? - O tom de dúvida é perceptível na minha fala.
Ele puxa a cadeira ao meu lado e se senta depressa.
- Eu mesmo, não reconhece a voz do amor da sua vida? - Ele faz uma pausa enquanto me encara. - Ah, olha pra você, como eu estava com saudade desse sorriso.
- Onde esteve?
- Ocupado... Tive que fazer uma pequena viagem essa semana, meu pai me mandou para negociar com uns clientes dele, em Londres.
- Ah...
- Estava com saudade né?
- Você é tão convencido!
- O que está fazendo?
- Acabei de terminar um trabalho...
- Ótimo! Porque vou te levar pra sair, vamos... - Ele levanta e estica sua mão para mim.
- O que, onde?? - Eu fico entusiasmada perto dele.
- Você vai ver...
Pego em sua mão e ele pega todas as minhas coisas, e eu nem sequer pedi.
- Podemos ir com seu carro? Vou deixar o meu no estacionamento, pego ele depois que deixar você em casa.
- Sim, mas nós vamos onde??
- Bom, agora nós vamos andando! E nós vamos ao cinema!
- Jura??? Não acredito!
- O que? Não acredita?
- É que eu nunca fui ao cinema, na minha cidade não tinha e eu não consegui ir fim de semana passado.
- É um prazer desfrutar da sua primeira vez no cinema Katheryn, vai querer chocolates?
- Claro que vou! - Estou tão empolgada.
O cinema fica próximo à universidade, então chegamos super rápido, Carlos comprou os ingressos, pipoca, chocolate e suco.
- Vamos assistir a qual filme?
- Bom, não tinha muitas opções, era o filme de lobisomem ou mímica.
- O do lobisomem tá ótimo!Ele me segurou nos braços durante o filme todo, mesmo o lobisomem sendo ridículo, isso quando eu não estava tentando acertar a pipoca dentro da boca dele, estou arrasada agora que a sessão acabou, eu ficaria aqui a noite toda se possível.
- Você comeu todo o chocolate? É mesmo uma formiga.
- Eu te disse que gostava de doces!
Nós rimos o tempo todo, é tão leve.
- Vamos, quero te levar em um lugar...
- Mais surpresas?
- Você vai gostar...Nós vamos até o estacionamento pegar o meu carro, então ele começa a dirigir para um lugar que eu não conheço, permaneci em silêncio, mas não demorou para chegar.
- Chegamos...
- Que lugar é esse?
- Eu gosto de vir aqui as vezes, é bonito, vem.
Pelo o que parece é uma colina, deixamos o carro na estrada e começamos a subir, é tão bonito com essa vista para a cidade, podemos ver todas as luzes daqui de cima.
Ele tira um lençol e uma cesta do banco de trás, e eu não faço ideia de como isso foi parar lá.
- Isso é tão...
Ele me interrompe antes que eu termine a frase.
- Ridículo?
- Eu ia dizer fofo...
- Espera até comer o doce que eu trouxe, vai adorar. Ele se ajoelha com o lençol já esticado, e estende a mão, eu me sento de frente pra ele.
Ele tira da cesta uma garrafa de champanhe, morangos e uma torta...
- Champanhe? O que estamos comemorando?
- Você eu não sei, mas eu, estou comemorando por ter te conhecido, só me perdoa, afinal ele está quente! - Ele sorri e eu fico com vergonha, não sei reagir ao que ele acaba de me dizer.
- Ei o que foi?
Decido abrir o jogo e falar sobre o que eu tenho medo...
- Carlos... Eu preciso saber, o que eu sou pra você? Uma conquista? Uma garota qualquer? - Ele me olha com as sobrancelhas franzidas. - Vamos combinar você é muito bom com as palavras, parece já ter dito mil vezes... E se suas intenções não forem as melhores, por favor, não me faça perder meu tempo, por favor... Eu não tenho nem como aguentar outra coisa desse tipo.
- O que? Claro que não! Katheryn, eu fiquei com muitas garotas na minha vida, mas o que eu te digo é verdade, você mexeu comigo, eu jamais traria uma garota que eu não gostasse de verdade aqui, nem levaria ao cinema, sempre foi do pub pro meu apartamento... Eu sei que você não está aberta para uma nova relação agora, mas eu não vou desistir até que você esteja, a menos que me diga que não me quer! Eu quero mesmo tentar algo com você. - Ele pega na minha mão que estava apoiada no chão. - Só me dê uma chance... Eu sei que está magoada com essa pessoa que partiu seu coração, mas eu não sou ele... - Ele fez uma longa pausa.- Me diz Katheryn, o que um cara como esse que partiu seu coração fez para merecer você?
Nós estamos nos encarando, e eu não quero mesmo respondê-lo.
- Carlos... - Sai quase como um sussurro da minha boca, então começo a me aproximar, mas ele me puxa e quando os nossos lábios se tocaram senti tudo em câmera lenta, as mãos dele alcançando meu pescoço e a outra na minha cintura puxando para perto, o gosto foi fresco como o champanhe, e todo aquele cenário, o céu estrelado, as luzes, era perfeito.
Quando nossos lábios se separaram, mesmo de olhos fechados, podia senti-lo sorrindo para mim.
No mesmo instante um raio atravessou o céu avisando que iria chover, mas não deu nem tempo de pensarmos quando as fortes gotas de chuva caiam sobre nós.
- Vamos! - Ele levanta rapidamente dando risada e me puxando pela mão, pegamos as coisas e corremos até o carro mas já era tarde, estávamos molhados.
- Droga. - Resmungo enquanto passo a mão nas minhas roupas, devo estar horrível assim.
- Que foi? - Olho para ele, e uma mecha do seu cabelo molhado está caída na sua testa, é como se fosse um anjo, mas eu não consigo ter nenhum pensamento decente olhando para ele nessa camisa branca quase toda molhada, o corpo dele é escultural e minha vontade é de beijar cada parte dele.
- O que? Nada! - Qual é o meu problema?
Ele sorri, e eu só consigo ficar mais... excitada! E é horrível, eu não posso simplesmente agarrar ele, hoje foi nosso primeiro beijo, eu não posso... Reprimo esse sentimento ao máximo.
- Acho que já está tarde... Eu devia voltar.
- Vamos então, não quero que tenha problemas por minha causa.Fomos em silêncio até a pensão, olhei para a janela o caminho todo, mas pude notar ele me olhando a todo instante, vai ser difícil me segurar com ele se comportando assim.
- Pode ficar até a chuva passar... digo, ficar aqui no carro.
- Você devia entrar!
- Devia, mas antes... - Encontro novamente os lábios dele nos meus, de maneira suave, mas quando menos espero já estamos colocando nossas línguas e uma de suas mãos agarrando minha cintura, enquanto a outra está deslizando da minha coxa em direção ao meu quadril e eu começo a sentir aquele fogo no qual eu sei exatamente onde vai nos levar, então eu me afasto e ele fica surpreso.
- Boa noite, Carlos.
Antes de virar para abrir a porta, ele me puxa para mais um beijo e eu me rendo.
- Boa noite, Katheryn! - Ele sorri com os olhos dessa vez, consigo perceber.Emily está dormindo na sua cama, decido deixá-la dormir, deve estar cansada, a semana dela não foi fácil, fez muitos trabalhos também. Subo para o quarto e vou direto para o banheiro tomar um banho, tiro minhas roupas, e começo a pensar em Carlos, o quanto eu gostaria de estar com ele até agora, perto dele fico pensando coisas absurdas, mas é tão bom... Jamais imaginaria encontrar alguém que me causasse isso além do Thomas, e em tão pouco tempo... Isso que me assusta, está sendo tudo tão rápido, mas quando estou com ele e pensando nele parece que a dor some, e essa dor só volta nos momentos mais sombrios e solitários do meu dia, quando é inevitável não pensar no Thomas, é como se Carlos fosse ar, após muito tempo sem respirar.
Sei que preciso ser cautelosa e sei que não vou me entregar facilmente dessa vez, tenho que me controlar.
Tomo meu banho e vou para a cama, quero que chegue logo amanhã, sei que ele virá me ver, e após uma noite como essa, sei que terei uma boa noite de sono, algo que não tenho faz uns dias...
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Shelby
RomanceThomas Shelby, o rei de Birmingham. Conhecido de muitas formas em muitos lugares, comigo era apenas Thommy. inspirado na série peakyblinders, katheryn e sua família é de minha criação, os demais personagens foram retirados da série.