Danificado - Divergent Fanfiction

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• Maria •

Tobias reagiu da pior forma possível ao descobrir que não é um Divergente, como sempre achou que era. Eric e eu testemunhamos uma breve discussão entre ele e Tris, pois ela insistia em dizer que isso não era nada demais e ele dizia que ela não tinha esse direito. Foi uma tremenda saia justa e eu belisquei a barriga do Eric umas três vezes quando o peguei rindo. Por fim, deixamos os dois de lado e seguimos caminhando de volta para o dormitório.

— Quatro estava fazendo uma tempestade em copo d'água. — Eric diz revirando os olhos

— Imagine passar a vida achando ser uma coisa e, de repente, descobrir que é outra. — saio em sua defesa

— Eu passei a vida toda achando que estava certo e, agora, essas mesmas pessoas estão dizendo que eu sou danificado. Era pra eu estar me descabelando também, não? Sinceramente, eu acho é que ele está mal por saber que é igual a mim.

— Por que tudo entre vocês tem que ser na base da competição? — franzo o cenho ao olhá-lo

— Porque é assim desde que nos conhecemos.

— E quem decretou que tem que ser assim? Por que é que vocês não vivem de forma amigável?

— Ah, claro, amigável é a palavra que me define. — ele bufa

— Escuta, Eric, só porque eu já deixei claro que te amo, não significa que precisa ser um babaca o tempo todo. — paro de andar e o encaro — O amor é um sentimento foda que supera tudo? Sim! Mas é bem desgastante ter que aturar essas suas oscilações.

— Você, do nada, decidiu que é a rainha do mundo, não é? — ele cruza os braços e me encara — Liderando a gente até aqui, querendo que eu aja como eu nunca fui. Quatro e eu não nascemos pra ser amigos. Eu não nasci pra ser amigo de ninguém, Maria. — diz ríspido — Então não queira me mudar assim, do nada, porque não vai rolar.

Fico em silêncio o encarando. Somos como dois idiotas discutindo em um corredor pouco movimentado. Algumas pessoas passam por nós e nos encaram, outros apenas nos ignoram.

— Drew e Quatro têm razão. — murmuro — Eu realmente mereço coisa melhor e já está na hora de eu aceitar isso.

— Ah, Drew! — ele bate as mãos nos quadris — E quem seria a pessoa melhor pra você? Ele?

— O melhor pra mim é ficar sozinha. — elevo um pouco meu tom de voz, sobressaindo sobre a voz dele — Porque eu já estou de saco cheio das suas merdas e de você ignorando tudo quanto é sentimento por medo.

— Tá me chamando de medroso? — ele franze o cenho me encarando incrédulo

— Me deixa em paz, Eric. Não quero mais atrapalhar você, então sabe-se lá o que temos, melhor acabar aqui, né? Eu não quero te forçar a ser alguém que você não é e sei que você também não quer me machucar.

— Você tem certeza disso? — ele põe as mãos pra trás e me encara, projetando seu tamanho sobre mim, como se estivesse tentando me intimidar

— Talvez seja o melhor pra nós dois, por enquanto.

Seu olhar é afiado contra o meu. Seu jeito cínico toma suas feições e eu enxergo no fundo dos seus olhos aquele mesmo Eric indiferente de antes.