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• Eric •

As uma hora e meia de viagem fora silenciosa e eu sentia meu ombro se chocando com o de Quatro e o de Joanne, enquanto nós éramos sacudidos na cabine da caminhonete que Logan dirigia. Eu não sabia como, mas ainda me assustei quando o pai adotivo de Maria entrou na cidade sem ser visto. Havia um caminho alternativo e de estrada de terra, que nos levava direto para o centro da cidade.
Largamos a caminhonete e nos armamos, seguindo o restante do caminho a pé. O plano era encontrar Evelyn e fazê-la acatar a ideia do filho de que ela desista desse governo tirano e entre em um acordo com Johanna, evitando mais derramamento de sangue inocente. Quatro disse que vai conversar com ela e convencê-la, mas eu o vi guardar um vidro no bolso com o soro da memória. Não sei se ele teria coragem de reprogramar a própria mãe.

— Então você vai só conversar com ela? — murmuro

— A princípio, sim. — ele resmunga

— Então não vai se incomodar se eu usar o soro da memória em seu bolso, não é?

Quatro, Logan, Joanne e Ezra param de caminhar para me encarar. Ambos parecem estar desconfiados.

— E pra quê você quer isso? — Logan pergunta

— Bom, ainda estou pensando sobre isso. — volto a caminhar, sendo seguido de perto por eles

— Vai aplicar o soro contra você mesmo? — Quatro pergunta — Quer apagar sua personalidade? Por que?

— Não é óbvio? — faço uma careta

— Eric, isso é coisa de covarde. — Joanne comenta

— Pela Maria, eu faço. — resmungo — Ela merece algo melhor.

— E, por algo melhor, você quer mesmo apagar tudo o que você e minha filha viveram? — Logan parece confuso — Se você apagá-la da sua cabeça, pode ser que nunca mais tenham algo especial, Eric.

Eu não havia pensado por esse lado.

— E sem falar que isso a machucaria profundamente. — Quatro comenta — Chega de machucá-la, Eric.

Nos esgueiramos pelos becos e vielas da cidade, tomando rumo ao que, um dia, fora a sede da Erudição, enquanto Joanne, Ezra e Logan vão para onde Johanna e os Leais se escondem, para conversar.
Quatro se aproveitou dos meus conhecimentos do edifício e uniu aos seus conhecimentos sobre Evelyn. Invadir o que antes era o laboratório principal da Jeanine não foi difícil.

De pé, debruçada sobre uma mesa grande, Evelyn parecia analisar algum mapa. Estava sozinha e, do meu ponto de visão, sua silhueta até que lembrava um pouco a de Maria, quando ela tinha os cabelos compridos. Pensar em Maria agora me faz querer voltar correndo para o Departamento, para ficar ao seu lado. Espero que Drew a mantenha segura, conforme me prometeu.

— Mãe. — a voz de Quatro vacila

Evelyn se vira assustada e arregala os olhos ao nos ver.

— T-Tobias! — ela parece um misto de assustada e aliviada por vê-lo — Você está vivo!

— Ao contrário do Heitor. — ele soa duro

Danificado - Divergent FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora