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• Maria •

Eu não estava conseguindo dormir com a quantidade de informação na minha cabeça. A cena de Magnus estourando os miolos de Heitor não sai da minha cabeça.

★★★

— Você tem duas opções, Lana. — Evelyn disse e Magnus se aproximou de Heitor, que estava ajoelhado no chão com as mãos algemadas para trás — Ou começa a falar agora onde meus filhos estão ou seu novo amor morre.

— Eu já disse que não sei de absolutamente nada. — Lana insiste — Quatro me pediu ajuda pra fugir de você e eu lhe dei uma caminhonete. Apenas isso!

— Mentirosa! — Evelyn grita — Sua última chance, Lana.

— Deixe-a em paz, Evelyn. — Heitor rosna

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Magnus disparou.

★★★

Eu sentia minha carne tremer enquanto eu permanecia espremida, encolhida dentro do abraço de Eric, em sua cama. Ninguém estava conseguindo dormir, mas ninguém conversava também. Era um cômodo cheio de pessoas e silêncio.
Passei a pensar no meu pai. Como Logan havia mudado tanto nesses anos. O Logan que me criou nunca deixaria algo ficar entre ele e sua família. Talvez esse já não seja mais o Logan, talvez já não seja mais o meu pai. O Departamento o corrompeu, o manipula. Foi colocado na cabeça dele que ele não podia fazer nada.
E, talvez, ele não possa mesmo.
Mas talvez eu possa.
Está decidido.

— Eu vou voltar pra cidade. — murmuro

Sinto os músculos de Eric tensos ao meu redor quando digo isso. Pelo silêncio do cômodo, acho que todo mundo ouviu. Pelo meu campo de visão, vejo Joanne se sentar em sua cama e me encarar. Ela parece bem pensativa. Ouço barulho de passos e então vejo Ali, Jessie e Drew passando e se sentando na ponta da cama de Joanne. Todos eles me encarando.
Respiro fundo e me forço a sair dos braços de Eric para me sentar em sua cama. Eric continua deitado e parece pensativo.

— Se você voltar, vai poder fazer o que por eles? — Ezra pergunta

— No momento, me contento em apenas matar a Evelyn.

— Você não é uma assassina, Maria. — Drew diz — E não vai ser assim que a paz será restaurada em Chicago. Uma pessoa matando a outra e ficando com o que mata? Isso não é democracia.

— E nós, em algum momento, já vivemos uma democracia, Andrew? — o olho

— Ele tem razão. — Joanne diz — Além de que, não vai adiantar nada restabelecer a ordem na cidade e viver sabendo que continuam nos observando aqui em fora. O problema está lá, mas o problema maior está aqui.

— Verdade. — Jessie diz — Ali, Christina e eu temos andado por todo este lugar. Nós testemunhamos algumas situações cheias de preconceito e John Coulter nos disse que isso é normal. Já repararam nas funções que eles exercem? — parece indignada — Os Divergentes têm altos cargos de poder e os normais como nós são faxineiros, técnicos, pilotos. A desigualdade está escancarada.

— Isso me faz pensar como deve ser a vida fora deste lugar. — Ali me olha — Aqui é desigual, mas pelo menos todos têm as condições necessárias para viver. E quem não vive aqui dentro? Será que são assassinado, como os nossos Sem-Facção eram?

Danificado - Divergent FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora