Tão Cretino

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Atordoado. Jinyoung jurou que não chegaria em casa antes que surtasse em seu carro enquanto dirigia. Caminhou a passos largos até o banheiro, livrando-se das roupas e se enfiando embaixo da água. Água fria, fria o bastante para acalmar o corpo quente e de sangue mais quente ainda. Estava com raiva, a irritação alastrando pelo corpo por completo. Porra, quem aquela alfa era para lhe roubar um beijo daquela forma?

Grunhiu cheio de ódio, lavando o corpo com força. Não entendia porquê seu corpo estava tão agitado. Céus, aquilo jamais havia lhe acontecido. Seu coração acelerava feito um doido desvairado, completamente descompassado e quase saindo pela boca conforme as lembranças daquela sem vergonhice voltava com tudo em sua mente. Oh, Jinyoung jamais voltaria a olhar na cara daquele alfa outra vez.

Saiu do banho com o roupão, secando os fios castanhos com a toalha enquanto andava de um lado para o outro. A sensação das mãos dele em sua cintura ainda se faziam presentes, assim como o hálito quente e mentolado, num sublime sussurro de palavras que Jinyoung queria mandar para a puta que pariu. Respirou fundo, passando a mão pelo rosto e espantando aqueles pensamentos. Mais um segundo relembrando aquela pouca vergonha, seria capaz de cometer um crime de ódio.

Voltou sua atenção ao ateliê que mantinha perto do jardim. Era uma estufa que transformou em um espaço só seu, após comprarem a casa. Se pudesse, perderia horas naquele local, apenas focando nas suas pinturas. Gostava de aliviar o estresse do dia diante dos pincéis e das cores que há tempos não via.

Familiarizou-se com os objetos já acostumados durante sua infância, não deixando de sorrir ao dedilhar algumas coisinhas que tanto gostava. Outro lugar de paz havia encontrado. Suspirou, sentindo o cheiro de tinta e de coisas velhas. Jinyoung gostava daquele lugar mais do que qualquer coisa. Era como se só ali conseguisse se encontrar devidamente.

Puxou o ar pela boca lentamente, subindo o peito para logo descer, soltando a respiração. Pegou um dos pincéis, limpando-o e logo colocando as paletas de tintas em sua frente. Não sabia ao certo o que queria fazer, mas só de estar ali já era o suficiente para se sentir leve e esquecer seus problemas e o mundo lá fora.

Não soube que horas eram, mas quando a porta da estufa fora aberta e seu nome foi chamado a noite já havia caído.

— Wonpil... — Murmurou baixo, sentindo uma leve culpa se alastrar pelo corpo.

— Yah, não me diga que passou o dia inteiro aqui.

— Só algumas horas. — Não soube se era realmente verdade. — Você chegou agora?

— Aham, estava em uma reunião. — Tinha animação na voz dele e Jinyoung podia sentir aquilo.

— Tão tarde?

— Eu estava até agora tratando de negócios com Im Jaebeom. — Só a menção do nome alheio fora o suficiente para Jinyoung se desestabilizar por completo.

Deixou cair os pincéis que estavam em suas mãos, pulando do banco e os juntando rapidamente.

— I-Im Jaebeom?

— Sim! Fechei o contrato com ele. Agora o escritório irá o representar em boa parte das negociações.

— O quê? — Levantou-se atônito.

— Isso mesmo que ouviu! Eu, Kim Wonpil, sou o novo advogado do império Im Corporation! Não é incrível?

Jinyoung sentiu seu corpo ser envolto em um abraço apertado. Wonpil pouco se importou ao ter o terno sujo de tinta. Beijou o marido com fervor, completamente realizado ao ter o nome do Im em seu escritório.

Crash and Burn - JJPROJECT/JJPOnde histórias criam vida. Descubra agora