Loucura

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Quando a porta do quarto fora aberta pelo ômega, ele sentiu como se seu mundo pudesse desabar a qualquer momento. O sentimento de que mais uma vez havia se deixado levar pelas mãos e palavras sujas de Im Jaebeom lhe consumia de modo furtivo. Era obsoleto, insana a forma como o mais velho tinha poder sobre seu corpo, fazendo de si o que bem quisesse e entendesse.

Jinyoung suspirou, caminhando até o banheiro em que buscou tomar um bom banho, livrando-se do cheiro do Im impregnado em sua pele. Jaebeom fazia-lhe ser alguém que não reconhecia, que agia por impulso, sem controle algum de suas ações. Detestava a forma como tudo para ele não passava de um desafio escondido por trás dos sorrisos e dos olhos arrebatadores.

Jaebeom lhe destruía e Jinyoung deixava claro o quanto aquilo começava a lhe afetar mais do que podia suportar.

O restante do dia Jinyoung passou no quarto, acomodado na cama e rodeado de revistas sobre arte no qual pediu ao hotel junto com suas refeições que sequer tocou decentemente. 

Não era daquela forma que pensava que iria passar a sua segunda lua de mel. E Jinyoung sentia-se tão tolo naquele momento, tão substituível. Wonpil havia usado de algo que jamais perdoaria.

Seu celular tocava vez ou outra, indicando chamadas e mensagens, tanto dos seus pais quanto de Mark e alguns amigos. Não queria falar com eles, desabaria no primeiro instante que os atenderia. E com toda certeza não tinha coragem de os mentir. Não, não podia ter mais sequer uma mentira em sua vida. Já bastava a que carregava todos os dias quando olhava para o marido e lembrava de Jaebeom.

Oh, estava mais perdido do que nunca. Os sentimentos e razão conflitando um com outro. Jinyoung só queria um dia de paz em que pudesse gritar tudo que estava preso em sua garganta. 

Tinha saudade dos tempos em que tudo era resolvido com um colo de mãe e as xícaras de chocolate quente com caramelo que seu pai fazia junto das palavras animadoras de sua irmã. É, sua família sempre foi seu apoio e família era importante para si. 

Família... com toda certeza era algo distante para Kim Wonpil.

[...]

— Jaebeom. — O chamado veio impaciente. Outra vez Jackson buscou a atenção do amigo, no entanto, ele parecia distante de onde estavam. — Im Jaebeom! 

— Hã? — O outro pareceu acordar com o estalar de dedos que fez, olhando-lhe com confusão estampada no rosto. 

— Eu estou te chamando há horas!

— O que você quer?

— O que eu quero? Foi você que me chamou!

— Ah… — Pareceu pensar no momento. Jackson suspirou, jogando as costas na poltrona confortável enquanto afrouxava a gravata.

— Jaebeom, não me diga que se encontrou com Jinyoung outra vez.

— Jackson… — O sorriso divertido pareceu o suficiente para o Wang entender o que se passava na cabeça do moreno. 

Em um suspiro cansado, Jackson se ajeitou, esperando Jaebeom contar as aventuras nada cabíveis ao momento.

— Não estou acreditando que você ficou com ele outra vez, Im Jaebeom!

— Yah! Não foi culpa minha!

— Ah, não foi? Foi de quem então?

— Ele estava carente, só fui ajudar. 

— E desde quando você ajuda alguém?

— Você tem uma visão muito ruim de mim. — Soou ofendido, mas não o suficiente para Jackson acreditar.

Crash and Burn - JJPROJECT/JJPOnde histórias criam vida. Descubra agora