Algumas promessas não podem ser cumpridas

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Divirtam-se!!!!

O silêncio no momento era a única coisa presente entre eles, só sendo quebrado pelo barulho dos talheres batendo nos pratos. Jaebeom se encontrava de frente para Jinyoung. O alfa mais velho estava na ponta, assim como a esposa, preenchendo a mesa de quatro lugares.

Vez ou outra os dois jovens se olhavam, buscando entender aquele desconforto momentâneo eminente entre eles. Jaebeom buscava se manter calmo, não dando ouvidos as lembranças do seu pai falando sobre o quanto Junghyun era o culpado de toda a desgraça que caiu no meio de sua família.

Diante da mesa, ele parecia como aqueles alfas dos comerciais que era acostumado a assistir ao lado da sua irmã. Alguém extremamente cuidado com a família, bom e amoroso. Era uma visão que Jinyoung tinha do pai e isso, Jaebeom já havia entendido de imediato.

— Jinyoung? — Junghyun o chamou, tendo a atenção do filho prontamente. — Você e Wonpil es… 

— É melhor terminarmos de comer e, então, Jinyoung nos conta tudo, não é filho? — Chayeon se intrometeu rapidamente, olhando para ambos.

Jinyoung balançou a cabeça, assentindo, voltando a prestar atenção no prato. Jaebeom manteve-se em silêncio o tempo inteiro. Sequer sabia o que poderia falar, sentia-se sufocado, como se a qualquer momento o corpo não respondesse por si.

Estava sendo frio mais do que poderia imaginar que conseguia fazer. 

Odiava aquela sensação de desconfiança dominando o corpo enquanto a voz do seu pai vagava pela mente, e todas as promessas que fez a ele lhe acometendo de um jeito bárbaro.

— Jaebeom! — Ouviu seu nome, virando-se e encarando Jinyoung que permanecia com o olhar para baixo, como quem quer algo e precisa daquilo. — Você… pode ficar? — Questionou, mordendo o lábio em seguida em puro nervosismo.

Jaebeom engoliu seco, ouvindo o barulho dos pratos sendo lavados enquanto se mantinha naquela guerra de permanecer ou ir embora depois daquele almoço sufocante. 

— E-eu preciso trabalhar… Jackson deve estar lo… 

— Eu preciso de você… aqui comigo. Eu vou contar tudo para eles. — Segurou a mão do alfa rapidamente. — Eu me sinto seguro com você aqui do meu lado. Por favor, fica.

Os olhos amendoados lhe observavam com expectativa, deixando-no sem saída para negar. E, oh, Jaebeom desconsiderava o fato de que, realmente, o negaria aquele pedido.

— Tudo bem, eu fico com você. — Deixou um selar sobre a mão dele. Jinyoung sorriu com o gesto, sentindo-se aliviado por Jaebeom ficar consigo naquele momento.

O alfa, então, entrelaçou os dedos nos do mais novo, caminhando com ele até a sala, onde, como antes, permaneceram lado a lado, sentados no sofá. Jinyoung sentia-se extremamente nervoso no momento, passando as mãos nas coxas, na tentativa se vencer a tremedeira que se passava pelo corpo.

— Agora você pode falar o que foi tudo aquilo que aconteceu. — Junghyun pediu, sentando na frente do filho, assim como Chayeon o fez.

— Eu acho que… que já devem ter percebido que eu e Wonpil não estamos bem. — Começou, olhando para os dedos sobre o colo. — Nós fomos para o Japão… — Fez uma pausa. 

— Você disse que era como uma segunda lua de mel quando nos avisou, querido. — Chayeon completou. — Ficamos preocupados quando nos disse que havia voltado e precisava ficar um tempo afastado. Sempre respeitamos o seu espaço e as suas decisões… 

— Eu sei mamãe, eu sei. Só que… quando eu cheguei no Japão, descobri que não era nada do que Wonpil havia falado. Ele estava lá a trabalho e eu era só uma maneira que ele encontrou para chegar perto dos empresários. — Apertou as mãos nas coxas, encarando os pais. — Eu e Wonpil brigamos, discutimos um com o outro e dissemos coisas que certamente casamento algum pode sustentar. — A voz começava a embargar aos poucos. Jaebeom deixou a mão passar pelas costas alheias, dando apoio para que ele continuasse. — No meio da discussão… — Precisou puxar o ar pela boca, buscando coragem junto para continuar a falar. — No meio da discussão ele acabou me dando um tapa no rosto… e como ele tinha reuniões, alguma conferência importante, ele me deixou trancado no quarto, sem qualquer meio de sair de lá. — Sentia certo alívio ao dizer cada palavra, no entanto, a sensação, ao mesmo tempo não deixava de ser desesperadora. Já não encara os mais velhos, nem coragem para aquilo tinha.

Crash and Burn - JJPROJECT/JJPOnde histórias criam vida. Descubra agora