Luz no fim do túnel

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— Então você foi velejar com Im Jaebeom, Park Jinyoung? — A pergunta veio acompanhada de um sorrisinho maldoso que o ômega conhecia muito bem.

— Soohyung… por favor, estou cansado e quero dormir. — Tentou desviar daquela conversa enquanto a irmã trocava de roupa.

Dividiam do pequeno cômodo desde que se mudaram para aquela casa. Nos primeiros meses foi difícil de se adaptarem, mas com a convivência aprenderam a respeitar e saber qual era o espaço um do outro.

— Você não está com sono, só quer fugir da minha pergunta. — Aproximou-se da cama alheia, sentando na beira e encarando o irmão.

— Soohyun… 

— Você e Jaebeom tiveram algo? 

— Eu não sei da onde você tirou isso, meu deus! — Deitou o corpo por inteiro, cobrindo-se com a coberta na tentativa de fazer com que a mais velha lhe deixasse em paz.

— Não temos segredos um com o outro, Jinyoung, você sabe disso.

— Não há nada entre mim e Jaebeom. — Soou baixo, ouvindo um suspiro logo após sua fala.

— Você sabe que sempre vai poder contar comigo, não é? Mesmo que sejamos diferentes um do outro, eu sempre vou estar aqui por você. — Sentiu a movimentação na cama, em seguida Soohyun deixou em seu rosto um beijo, sussurrando um “boa noite”.

Park Jinyoung sabia que sempre poderia, realmente, contar com sua irmã e, que, ela sempre estaria ali consigo e para si, independente do que fosse ou acontecesse.

Remexeu-se levemente, puxando o ar vagarosamente enquanto buscava manter os pensamentos o mais em ordem possível, mesmo que soubesse que uma tarefa como aquela era completamente complicada para si no momento.

Talvez falar sobre lhe ajudaria a não entrar em uma crise existencial.

— Eu não sei explicar… — Começou, o tom sendo baixinho, abafado pela coberta. — Em que momento meus pensamentos se tornaram só dele. Foi tudo tão rápido e intenso, mal tive tempo de raciocinar direito. — Virou-se, encarando a irmã já deitada, que também depositava toda atenção em si.

Soohyun se manteve em silêncio, absorvendo a informação, esperando de Jinyoung tudo que ele quisesse lhe contar, podendo assim, fazê-lo se sentir confortável.

— A gente ficou sim. — Pigarreou, agradecendo pelo fato de somente terem a luz rosada do abajur os iluminando. — Ah, Soohyun… eu sei que é errado, que é horrível isso, mas… eu nunca me senti… me senti tão bem com alguém, como eu me sinto com ele. — Encolheu mais o corpo, procurando se acalmar diante do olhar fixo que obtinha.

— Você gosta dele?

— Eu me importo com ele… eu me sinto seguro e isso é muito assustador, porque nos conhecemos há pouco tempo. E isso me deixa confuso.

— Confuso? — Riu fracamente. — Você não parece confuso, Jinyoung. Na realidade, eu é que estou, já que nunca te vi dessa forma.

— Que forma?

— Bom, você está diferente. Parece feliz, muito, eu diria. Ele te faz bem?

— No início eu queria matar ele… — Soou risonho. — Mas quando ele me abraçou no orfanato eu… eu me senti protegido, tão acolhido… 

— Vocês se encontraram lá?

— Uhum. Ele é um dos investidores… foi a partir daquele dia que… ah, eu cedi completamente. — Escondeu-se nas cobertas, ouvindo a risada da irmã.

Crash and Burn - JJPROJECT/JJPOnde histórias criam vida. Descubra agora