Cap.13

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Sou despertado pelos cochichos julgadores do casal conservador do apartamento da frente. Eles nos observam com uma mistura de pena e reprovação estampada no rosto.

— Tão jovens e já perdidos no mundo das drogas... - lamenta a velhinha, com um olhar piedoso. — Infelizmente, hoje não tenho esmola. Voltem amanhã.

O velhinho enfia a mão no bolso da calça e tira uma nota amassada de cinco reais, que ele joga na minha direção com o maior desprezo.

— Use o dinheiro para comprar comida, e não para comprar mais drogas. É doloroso ver pessoas tão jovens em uma situação tão lamentável — diz o velho arrombado, enquanto se afasta, abraçado à esposa.

Suspiro com irritação, xingando Luara em minha mente com todos os insultos que consigo imaginar.

Estou todo coberto de picadas de muriçocas, esse chão sujo me dá vontade de vomitar, estou todo babado por causa da Luara e não consigo nem imaginar se as baratas andaram por mim durante a noite. Sinto uma vontade desesperadora de morrer ou de matar a ruiva.

Olho para ela, que está roncando ao meu lado, e respiro fundo, tentando me acalmar para não ceder à raiva e cometer uma loucura.

Meu corpo inteiro está completamente dolorido por ter passado a noite naquele chão sujo e duro. Eu só queria estar na minha cama confortável, no meu quarto, desfrutando do maior conforto possível.

Tento acordá-la, mas falho miseravelmente. Acabo a pegando no colo e a levando para o quarto dela, deitando-a suavemente na cama.

Abro a primeira gaveta que encontro na cômoda para guardar o vestido dela e imediatamente percebo que fiz a escolha errada. A gaveta está cheia de brinquedos sexuais. Fecho-a rapidamente, envergonhado por ter invadido a sua privacidade. Me sinto um tarado.


...


Luara

Sou despertada por uma puta dor de cabeça latejante, como se cada parte do meu crânio pulsasse em dor. A luz intensa que invade o quarto me obriga a fechar os olhos com força, buscando algum alívio na escuridão.

      Quando finalmente consigo manter os olhos abertos, pego o meu celular e confiro a hora: duas da tarde. Duas da tarde! Como assim já são duas horas? Como eu vim parar no meu quarto? Quem me trouxe até aqui? Eu não estava no bar? Mil perguntas passam pela minha cabeça, mas nenhuma resposta.

      Conecto o meu celular no Wi-Fi do vizinho, e imediatamente começa a chegar milhares de mensagens do André. André? Mensagens do André?! Que merda eu me meti ontem?

     Em vez de responder às mensagens, ligo para ele imediatamente, desesperada para entender o que está acontecendo

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     Em vez de responder às mensagens, ligo para ele imediatamente, desesperada para entender o que está acontecendo. Ele atende quase de imediato, como se já esperasse por isso.

    — Olha, não adianta você vir com esse papinho de que não vai aceitar o dinheiro que eu te dei. Não vou aceitá-lo de volta, então nem gaste a sua voz. Não tenho paciência para suas frescuras agora. — Ele fala com uma voz exausta, quase sem fôlego.

    — Não, não é nada disso. Você pode me explicar o que aconteceu ontem? Eu não me lembro de nada. - Ouço a risada rouca dele do outro lado da linha.

     Ouço um som que parece um treino intenso, como se ele estivesse correndo na esteira. Deduzo que está na academia. Academia em um domingo? Esse cara é completamente maluco.

    — Por onde começo? Pela parte em que você estava tão bêbada que mal conseguia ficar em pé ou pela parte em que quase ficou nua no meio do corredor? - Suspiro estressada, sem acreditar que ele está falando a verdade.

    — Eu estou falando sério, André. Me diz o que aconteceu ontem.

    — Eu também estou falando sério, caralho. Não quero me exibir, mas ontem eu fui praticamente o seu anjo da guarda. - Consigo sentir daqui o seu sorrisinho debochado.

    — Meu anjo da guarda? - Começo as roer as unhas, com medo e apreensiva com as coisas que podem ter acontecido ontem.

— É, muita merda aconteceu ontem. Mas relaxa, você está bem. Isso é o que importa.

— Me explica melhor tudo isso.

— Eu preciso ir agora, vou começar a treinar. Enfim, só tome cuidado com quem você anda. — Ele desliga sem me dar a chance de lhe perguntar nada.

     Suspiro frustrada enquanto ligo para a Ariel. Ela deve ter mais informações, afinal, foi com ela que eu saí ontem.

      A ligação continua a tocar sem parar, mas ela não atende. Após alguns minutos, recebo uma mensagem dela.

 Após alguns minutos, recebo uma mensagem dela

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