Ciúmes.

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Alguns dias antes...

Resumo da Consulta por Milena Lohman.

Paciente: Joalin Viivi Sofia Loukamaa.

Observações: Acessos de raiva inconstantes. Memória seletiva. Sofreu aliciamento paterno na infância.

A paciente reage bem as regressões e ao tratamento, mas nem sempre se recorda de suas sessões. Observamos que sua memória seletiva também age quando em estágio de transe. Alguém do passado a ampara, um garoto, essa figura é muito presente. Mas alguém a atormenta também, um homem, o pai.

Frase mais intrigante da paciente durante a sessão.

"Pequena Joalin, você será antes minha a cogitar a ideia de ser de alguém, todavia, primeiro minha."

A promessa feita a paciente quando criança, a faz temer o futuro e não a liberta das amarras do passado.

Conclusão: Fazê-la entender que promessas são vis, trabalhar seu psicológico para que se liberte da imagem opressora do pai. Encontrar o garoto pode ser de grande valia.

Ele encarava o papel, no momento sabiam exatamente o que fazer, o sorriso perverso lhe dizia o que palavras nem precisavam proferir.

*

*

Atualmente.

- Sério mãe, eu não vou extrapolar. - Afirmei pela quinta vez e Johanna me encarava indecisa.

- Devo mandar a Betsy? Talvez seja melhor... - Falava consigo mesma, enquanto organizava as últimas coisas para sua viagem romântica com o namorado.

- Mãe, eu vou ficar bem. - Toquei-lhe o ombro de leve. - Posso ligar de meia em meia hora se quiser, mas não me trate como uma criança. - Ela ainda exibia indecisão. - Por favor. - Pedi com os olhos mais gato de botas que pude fazer.

- Aiii, certo Lin. - Suspirou em derrota. - Mas qualquer coisa, por mínimo que seja, me ligue e peça ajuda aos May, de qualquer forma falarei com Vanessa.

- Tá bom mãe. - Falei daquela forma enfadonha, típica de adolescentes.

Eu sabia que poderia contar com os May, mas parte de mim se ofendia com aquilo, como se não tivesse condições de tomar conta de minha vida por míseros dois dias e precisasse de babás. Revirei os olhos, pondo algumas roupas de minha mãe na mala, mais parecia que ela iria de férias para um país longínquo, não para uma cidade a cinco horas daqui.

Ajudei a descer as malas, Ryan chegou e minha mãe se derreteu toda.

- Olá Lin. - Ele disse.

- Joalin. - Percebi que fui rude sem querer e tratei de me corrigir. - Por favor.

- Ah, tudo bem, Joalin. - Ele sorriu de forma normal, mamãe que parecia desconcertada.

Eu gostava de Ryan, ele sugeria ser uma boa pessoa. Mas só duas pessoas podem me chamar de Lin, e isso não vai mudar por enquanto.

- Lin querida. - Mamãe me encarou com olhos preocupados.

- São só dois dias. Vai dar tudo certo, divirtam-se. - Incluí Ryan, dando-lhe um sorriso agradável que o deixou feliz aparentemente.

Evitei mais despedidas e a empurrei, pedindo que ele a levasse logo dali. Mal encostei a porta e lembrei que chamei Shiv, depois de anos eu encararia a piscina. Puxei a cortina da janela, o sol não era dos melhores, mas pra quem vivia sobre um véu cinza e constante de nuvens, estava me sentindo no Rio de Janeiro.

𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞  ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora