O chão estava frio. Minhas bochechas se acomodaram e gostaram daquela sensação fria, deitar no chão não era tão ruim, ruim era sentir que não foi desejada o suficiente. Ruim era sentir seu peito formigar juntamente com seus lábios, estes estavam quentes. Quentes do contato com a boca dele, quentes do desejo de outrora mas que ainda permeava em meus poros.
O choro cessou aos poucos mas as batidas na porta não. Pela primeira vez na vida, queria mandar minha mãe pro inferno. No sentido de me deixar curtir meu momento sozinha. No entanto, Johanna era persistente e os toc, toc, começaram a perturbar minha cabeça.
- Já disse que estou bem. - Funguei ao abrir a porta e passar direto pra cama.
- Nos meus tempos, estar bem era sorrir e coisas assim.
Mamãe me acompanhou até a cama e sentou ao meu lado, ao passo que afundei o rosto no travesseiro.
- Você sabe que sou exagerada mãe. Encontrei o Josh no Clube com outra garota, foi isso. - Menti em termos, evitando encará-la.
- Engraçado Lin. Sempre achei que você não gostasse tanto daquele rapaz.
- E não gosto. - Resolvi dizer uma parte da verdade, Joh é perspicaz demais para o seu próprio bem. - Isso se chama ego ferido, dor de cotovelo, e o sinônimo que você preferir. Só quero dormir.
Meu rosto estava virado para a parede, e minha cabeça cheia de Bailey.
- Tudo bem, amanhã conversaremos melhor. Só saiba que quem perdeu foi ele, então, fique bem.
Senti um beijo de leve no topo de minha cabeça e apertei os olhos na tentativa inútil de dormir.
*
*
- Aí está você. - Mamãe tirava waffles da máquina e punha em um prato, servindo-me em seguida.
Ela verificou meu rosto, fazendo um pequeno bico.
- Não dormiu direito, não é? - Não era só curiosidade, ela constatava algo mais. Negativei. - Antes de ir vamos resolver as olheiras nesse teu rostinho lindo.
- Não me importo com elas. - Falei sem vontade.
- Lin, tem alguma coisa que não encaixa nisso tudo. - Ela sentou de frente pra mim, a me fitar, desviei de seu olhar inquisitivo. - Você não gosta do Josh, mas chora desesperadamente. Não dormiu nada, não fala direito. - Ela contava nos dedos enquanto tirava suas conclusões. - O que me faz pensar que você não quer admitir, mas que está apaixonada por ele.
- Não estou. - Ela ainda me avaliava com cara de Sherlock Holmes, levantei depressa. - Como algo pela escola, até mais.
Apertei o passo para fugir de suas perguntas, e me direcionei para o ponto de ônibus. Algo me dizia que o dia seria longo.
*
*
As pessoas na escola estavam curtindo mais um dia da Semana Acadêmica, empolgados com toda e qualquer coisa que nos livrasse de algumas horas de aula. Joguei minhas coisas no armário, demorando um pouco ao perceber minhas olheiras no espelhinho que ficava ali.
- Droga. - Murmurei pra mim mesma. Porque não ouvi minha mãe?
- Joalin. - A voz de Taylor Hatala seguida de risadinhas nasais que já conhecia me fez deixar cair o espelho no chão. - Ui, sete anos de azar. - Taylor continuou.
- Não acredito nessas coisas. - Juntei os caquinhos do chão e levantei, olhando-a pela primeira vez.
- Só vim dizer que sinto muito por seu é... Relacionamento ter acabado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞 ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷
RomanceBailey May e Joalin Loukamaa. Dez anos de diferença de idade. Ele a pegou no colo ainda recém-nascida. A viu dar seus primeiros passos, balbuciar as primeiras palavras e a viu passar por tantas e diversas experiências ao longo dos anos. Ele viu a ga...