Trouble 3.

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- Quase esqueço que estamos num banheiro da escola. - Lhe disse, puxando sua mão para sairmos.

- Continue esquecendo e podemos continuar de onde paramos. - Ele brincou, dei um tapa em seu traseiro, ele riu um pouco com minha liberdade.

Abrimos a porta e felizmente não havia ninguém por ali, soltei sua mão de imediato.

- Estamos bem agora, não estamos? - Bailey incerto era quase hilário, ele exibia uma carinha fofa e bochechas coradas que me faziam ter pensamentos impróprios.

- Sim.

Nós não estávamos de mãos dadas, embora fosse exatamente isso que queria fazer. Mas não podíamos, além do mais, talvez fosse um tanto cedo.

- O que o fedelho queria? Se declarou pra ti? - Bailey sorriu, mas meu silêncio o fez parar.

- É complicado Bay. - Suspirei, esse assunto me cansava tanto.

- Eu disse que não quero que ele encoste em ti. - Ele estava praticamente bufando, era possessivo em exagero, mas mantive esse pensamento guardado comigo. - Diz Lin, o que te aflige?

Droga, ele sabia que escondia algo. Optei por contar, sempre achei que é melhor que saibam por nós do que por terceiros.

- Ele nutre sentimentos por mim, a Shivani me odeia por isso também.

- E? - Adentrávamos o estacionamento quase vazio quando ele perguntou.

A maioria dos alunos não estavam cabulando aula feito eu. Então tínhamos alguns poucos pelo estacionamento, ninguém parecia se ligar em nosso diálogo tenso.

- Ele me beijou. - Mordi o lábio, esperando sua reação.

- Porra. - Bailey ficou vermelho, andava de um lado pro outro, bufando feito touro.

- Não foi nada de mais. - Amenizei. - Ele me pegou desprevenida, esclareci as coisas entre nós.

- Esclareceu e ele te beija? - Bailey praguejou baixo algum palavrão.

- Noah não é do tipo coerente. Não vai mais acontecer.

- Fala por você. Ele sabe disso? - Nem me deixou responder. - Se não sabe, vou fazê-lo entender.

- Para com isso, eu já disse que não foi nada. - Pedi novamente.

- Vamos, vou te levar em casa.

Ele se acalmou e entramos no carro, meu coração disparado por medo. Bailey não é tão calmo quanto parece ser, Noah não é o que podemos chamar de calmo tão pouco, me condenei por não ter mantido a boca fechada. Não falamos nada por um instante, o nervosismo me assolava, quando por ironia do destino, o carro de Noah estava estacionado na esquina, ele conversava com um outro rapaz. Prendi a respiração, acreditando que Bailey não perceberia a presença dele, porém, estava redondamente enganada, pois seu carro estacionou atrás do outro, batendo em cheio na traseira.

O solavanco me levou pra frente e pra trás respectivamente e dei-lhe um olhar repreensor.

- Mas que merda Bailey! - Acabei por gritar.

Ele me ignorou, descendo do carro. Noah já vinha gritando pela pancada que seu veículo recebeu.

- Qual é cara, tirou a carteira no Paraguai? - Ele abriu os braços e se aproximou, se aproximou demais.

Desci do carro aterrorizada. Fiquei ao lado de Bailey, Noah me olhou e balançou a cabeça em negativa.

- Jojo, diz pro teu amigo coroa que ele já tem idade pra dirigir direito. - Noah despejava veneno, por que ele não podia ser civilizado? Por que Bailey tinha que ser tão nervosinho?

𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞  ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora