𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞 ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷

Romeu e Julieta 2.

- Eu tive uma queda pelo Richard, mas aí ele ficou contigo. Eu fiquei afim do Josh mas ele nunca sequer me olhou, então eu me apaixonei pelo Noah, mas dá pra perceber que ele, não sei... O Bailey, nunca imaginei que ele me olharia, pela questão da idade, mas aí ele te olhou, ou seja, o problema sou eu do seu lado.

- Você gostava deles e nunca me contou nada? E agora a culpada sou eu? - Pus a mão nos cabelos e desci por minha face. - E porque sempre me incentivou a ter algo com eles?

- Você ouviu o que acabei de dizer. Sempre fui apaixonada pelo Bailey e agora pelo Noah, nunca te incentivei com esses dois.

- Apaixonada por dois? - Que raios de conversa era aquela?

- É como se Bailey sempre ficasse lá, mas como era impossível, eu me atinha a outras opções. Eu vi como ele te olha Jojo, não dá mais pra mim.

Uma lágrima escorreu dos olhos dela.

- Tá me abandonando Shivani? - Perguntei quase sem voz.

- É melhor assim, acredite. Pensei que eu ia conseguir, mas não sou tão forte. - Ela parecia estar sofrendo por finalmente por pra fora seus sentimentos em relação a mim. - É melhor, antes que nossa amizade se torne algo mais prejudicial pra mim do que já é. Seja feliz Jojo.

E assim Shiv se foi, a observei caminhar a passos lentos até Noah, ela sentou no colo dele e pôs um sorriso forçado no rosto. Aproveitei que estava de pé e resolvi ir embora, era muita coisa pra absorver.

Como Shivani pôde ficar todo esse tempo calada enquanto eu ficava com os garotos por quem ela era afim? Eu tinha, ou não tinha culpa por nunca ter percebido nada disso antes? Me sentia cada vez mais solitária, meu quarto nunca pareceu tão confortável como agora. Graças as sessões com Milena, já havia conseguido me desprender de boa parte das sequelas do passado. Agora teria de lidar com as sequelas do presente.

Perdi minha melhor amiga, e por algo tão banal. Pior, eu não sabia como contornar essa situação. Peguei meu celular e fui passando nossas fotos juntas, uma época feliz em que garotos não tinham poder sobre nós duas. Meus olhos marejaram, bloqueei a tela e voltei a me esparramar na cama, o relógio marcava onze e meia da noite, minha mãe já dormia, porém, eu não conseguia pregar os olhos.

Um barulhinho lá fora me alertou, meu coração começou a palpitar quando o barulho aumentava como se estivesse próximo demais do meu quarto. Minha reação foi a pior possível, digna de filmes de terror de quinta. Peguei um de meus troféus de handball e o segurei firme na mão. Respirando com dificuldade, uma gotícula de suor se formou no canto de minha testa e meu peito estava a ponto de explodir, tentei me manter quieta ao lado da entrada da varanda. Uma sombra surgiu do lado de fora e tremi feito vara verde, quando o indivíduo adentrou o quarto dei com força uma cacetada que era pra acertar a cabeça, mas o nervosismo me fez acertar as costas do homem que caiu no chão do quarto. Eu estava pronta pra correr, gritar e chamar a polícia, coisa que deveria ter feito primeiro antes de dar uma de heroína, mas eu conhecia aquele cabelo, acendi o abajur e levei a mão a boca quando percebi que Bailey estava parado demais.

- Bailey. - O sacudi uma vez. - Bay por favor.

Ele respirava, seus batimentos estavam normais, mas ele permanecia inerte e o medo de tê-lo ferido muito começou a me deixar desnorteada.

- Bailey, fala comigo, por favor. - Pedi uma última vez.

- Comigo, por favor. - Ele sussurrou e começou a rir em seguida.

- Estúpido. - O empurrei de meu colo. Segurando o riso, pra não demonstrar nada.

- Vai me deixar aqui? - Pela luz fraca vi a carinha dele, de pidão, argh. - Tá doendo.