𝐁𝐨𝐫𝐧 𝐓𝐨 𝐌𝐞 ͟͞➳ 𝓙𝓸𝓪𝓵𝓮𝔂 𝓐𝓭𝓪𝓹𝓽𝓪𝓽𝓲𝓸𝓷

Touch Me 3.

- Porque ele é meu amigo, estava muito machucado e fui visitá-lo.

Reparei que o lábio dele já estava com o corte quase invisível, sendo assim, eu tinha razão sobre suas escoriações superficiais.

- Já te disse que não te quero perto dele. Ele te quer de outra forma Lin, não vou permitir isso.

- Eu não te impeço de ter amizades femininas.

- Mas nenhuma delas quer foder comigo. - Ele jogou a cabeça pra trás. - Quer dizer, até querem, mas eu não quero. Escuta Lin, eu sou homem, sei como aquele moleque pensa, ele vai esperar um maldito momento e...

- Ele vai esperar deitado. - Envolvi a cintura dele com meus braços.

- To mesmo parecendo um adolescente. Desculpa pelos meus surtos, pela primeira vez na minha vida me sinto inseguro.

Ele se afastou um pouco para me olhar, seus braços foram para minha cintura.

- Eu não consigo parar de pensar em ti Lin, nem um minuto.

Fiquei tonta, sentindo coração saltar a cada palavra que me era destinada.

- Isso tá me deixando louco, não consigo raciocinar direito, é uma coisa nova pra mim. Lin, eu... Eu só não quero que isso atrapalhe tudo, já são coisas demais.

- Não vai atrapalhar. Deixei claro pro Noah sobre você, o que importa é que pra mim ele é só um amigo. E saiba que, eu também não consigo lhe tirar da cabeça, desde que me beijou pela primeira vez no Halloween. - Confessei sentindo minhas bochechas coradas.

- Eu já pensava em ti um pouco antes daquilo, só não admitia pra mim mesmo. - Aquilo era novo. Eu queria beijá-lo, mas me contive.

- É mesmo é? - Mordi o lábio com um meio sorriso.

- É sim, mas tentava me convencer que era só porque você tava muito gata. - O abracei rápido sentindo seu peito se mover com as risadas. Ele ficou sério de uma hora pra outra. - Essa coisa de se esconder é bem legal e tal, mas não quero ficar assim contigo. Gostaria mesmo que a Joh soubesse, mesmo que ela queira me matar depois, não quero ter esse tipo de relação.

Ele fez um carinho suave na minha bochecha, fechei os olhos por um momento.

- Falarei com ela.

Aquele sorriso era a resposta para todos os meus anseios, o sorriso sincero e avassalador que enchia meu coração de felicidade, se eu estava com medo? Em demasia. Mas só de olhar o rosto lindo a minha frente, o medo sumia como num passe de mágica.

O sol já estava se pondo, era hora de voltarmos.

Paramos na esquina de casa, Bailey me abraçou e beijou por dois minutos muito curtos.

- Não vamos abusar mais por hoje.

Concordei com ele. O carro de minha mãe já estava estacionado na frente de casa.

- Vai na frente, não quero que a Joh arranque meu couro antes do tempo.

Dei-lhe um último selo e desci a rua levando a bicicleta. Larguei no pátio e me preparava para entrar quando ouvi um risinho atrás de mim. Dei meia volta, Ylona com cara de cínica se aproximou.

- Vim ver o Bailey, mas qual a minha surpresa. - Ela bateu palmas. - Eu sabia, claro que eu sabia. - Ela riu e olhou para o céu, depois para mim. - Você me tirou ele não é? Como eu fui idiota, achei que tu não era uma ameaça, mas me enganei. Palmas Joalin.

- Não estou entendendo. - Me fiz de tapada.

- Eu vi, estava chegando de carro e vi vocês dois. Bem, meu recado é o seguinte, você vai deixar o Bailey. Vai deixá-lo ou vou fazer uma denúncia. Vou acusá-lo de seduzir uma menor de idade, vou por ele atrás das grades. Quer isso Joalin? Claro que não. Então, amanhã a noite eu apareço pra consolar o pobre coração dele.

Minha boca estava aberta, meu queixo no chão.

- Ah. Se contar algo sobre isso a ele, vai ser pior. Vou envolver seu histórico de problemas psicológicos, vou dizer que ele se aproveitou disso. Convenço até sua mãe entendeu? Agora sim, boa noite querida.

Ylona se foi no instante seguinte. Olhei para a esquina, Bailey vinha descendo ao longe ainda, me sentia fora da realidade. Corri pra dentro de casa, precisava absorver o que acabara de acontecer antes de tomar qualquer decisão.

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Morta de ódio.