23/Maio
CHARLIE DEAN
Eu me lembro da primeira vez que me apaixonei na minha vida. Eu tinha apenas quinze anos quando comecei a namorar Peter Vein. Ele era dois anos mais velho do que eu e na época a gente se enquadrava naquele clichê de filme de sessão da tarde. Eu era a encrenqueira da escola e ele era o capitão do aclamado time de basquete. Me lembro que naqueles tempos, sentia todo aquele nervosismo, felicidade e as borboletas no estômago.
Chris Evans me fazia sentir como uma adolescente cheia de hormônios, pois com ele eu voltei a ter todas essas sensações. Já havia me esquecido da sensação de beijar uma pessoa que faça minha mente divagar para fora do meu corpo, que fizesse minha pele e meu coração corresponder com todos os toques e caricias que recebia.
Ele era completamente intenso em relação a tudo e tinha o poder de me deixar em êxtase do seu lado. Sempre me considerei uma pessoa difícil de lidar e isso praticamente afugentou qualquer homem que entrasse na minha vida. Por isso era tão estranho sentir pela primeira vez alguém abraçar e até gostar do meu jeito de ser.
Chris não dava a mínima pra minha boca suja, à falta de papas na língua e meu humor de um idoso rabugento de 85 anos. Pelo contrário, parecia até se divertir com tudo isso. Provavelmente fosse isso que tivesse causado nossa aproximação.
Desde o início pelas mensagens que trocávamos, por mais que eu tenha sido rude e até mesmo agido feito uma escrota ele nunca se afastava ou me repelia. Sempre lidou com uma naturalidade e fascínio incrível.
Éramos peças completamente opostas, igual um quebra-cabeça. E era por isso que dávamos tão certo, porque de certa forma nos encaixávamos perfeitamente no outro.
– Puta merda... – Desviei meu olho do motor do carro e virei para James. Ele estava com os braços cruzados na frente do peito e me fitava de uma forma divertida.
– O que foi? – Perguntei, saindo dos meus devaneios.
– Você está catatônica aí já faz mais de cinco minutos. Caramba Charlie, Capitão América realmente está mexendo muito com você... – Zombou.
– Vai à merda, James. – Contornei o automóvel e voltei a focar nos detalhes dele – Acho que temos um achado. – Disse alto, focando agora em Samuel Mcguire.
Samuel era um dos líderes dos restauradores da Route. Já fazia quase 30 anos que a empresa deu um grande passo em sua história, parando de somente vender e importar carros e começar a desenvolver um mercado em automóveis clássicos e modificados. Foi a pioneira nos Estados Unidos e se mantem assim por quase seis décadas.
Se achasse o modelo certo, poderia faturar até dezenas de milhares de dólares com apenas uma unidade. O mais difícil era encontrar a carcaças totalmente originais, visto que o uso durante anos e os constantes reparos deixavam o carro completamente diferente.
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All We Have
FanfictionDepois de esbarrar em um estranho misterioso no aeroporto, Charlie percebe somente dentro do avião que acabou perdendo o celular. Alguns dias depois, para sua total surpresa, esse mesmo homem a contata por uma conta fake no Instagram. Uma curiosa a...