5 DE ABRIL DE 2015
CHRIS EVANS
(Para uma melhor experiência, recomendo ler com a música)
Charlie abriu a porta. Estava com os olhos e nariz numa assustadora tonalidade vermelha, delatando longas horas de choro.
– Explodi. – Ela disse, com a voz saindo assombrosamente rouca como se tivesse pego uma horrível infecção de garganta.
Levei alguns segundos para compreender aquilo, mas logo a memória da última conversa acendeu. Charlie não estava bem e todos poderiam ver aquilo. Ela se tornou vazia e fria, se afastando de qualquer coisa que a tirava da zona neutra e segura. Candice e James falavam que ela iria estourar algum dia, feito uma bomba que continha o turbilhão de emoções que guardara por meses.
E foi exatamente que aconteceu.
– Explodi Chris... – Quase não consegui ouvir o que disse, pois ela começou a chorar de uma forma descontrolada, escondendo o rosto em suas mãos.
Quebrei a distância e a abracei, a puxando para dentro da casa e fechando a porta atrás de nós. Era de partir o coração sentir ela tremendo feito uma criança em meus braços.
A cada momento que seu peito subia contra o meu, um bolo aumentava na minha garganta. Tristeza, raiva e culpa me tomava. Amar Charlie doía, mas ter causado aquilo, me matava.
– Eu estou tão cansada... tudo dói e eu só quero que essa dor passe... – Sussurrou.
Refleti, levantando a hipótese de ligar para alguma pessoa que seria mais útil nesse momento. Não fazia sentido estar ali, já que era um dos principais gatilhos por tê-la feito desmoronar. Contudo, eu conhecia bem Candice e James ao ponto de saber que levantariam ideias mirabolantes para animar a irmã. A do tipo que me envolveria. Diana não seria diferente. Nos últimos meses os três vinham fazendo de tudo para que houvesse a reconciliação.
Os demais irmãos de Charlie eram sérios demais para desempenhar esse papel e Bernard morava em Nova Iorque.
Não era difícil chegar na constatação que no momento, apesar de todos os desastrosos males, eu era a melhor opção que ela tinha.
Levei seus braços para o meu pescoço e a peguei no meu colo. Subi as escadas ouvindo o pequeno Dodgy nos seguir, entretanto, quando chegamos no quarto ele preferiu se acomodar em algum outro canto.
Levei Charlie para o banheiro e a deixei sentada na borda de sua banheira quadrada. Eu sabia a disposição de tudo que tinha ali de cor, então encaminhei até um dos armários e busquei uma toalha.
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All We Have
FanficDepois de esbarrar em um estranho misterioso no aeroporto, Charlie percebe somente dentro do avião que acabou perdendo o celular. Alguns dias depois, para sua total surpresa, esse mesmo homem a contata por uma conta fake no Instagram. Uma curiosa a...