60 | The end

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19 DE JANEIRO DE 2025

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19 DE JANEIRO DE 2025

O clima estava frio, o suficiente para me fazer fechar o grande sobretudo que protegia o meu corpo.

– Papai, não me sinto bem aqui. – Jade sussurrou, apertando sua mão na minha. Olhei para baixo e a vi lutando para prender os próprios cabelos.

Tive que prender um riso quando suas bochechas coraram quando ela urrou e bufou com raiva.

– Vem aqui mini bravinha... – Ela se posicionou em minha frente e eu fiz um desengonçado coque no topo de sua cabeça.

– Obrigada papai. – Soltou num sopro antes de voltar o sua atenção em nossa volta – Realmente tem pessoas mortas aqui?

Assenti em resposta, a observando enquanto seus olhos miravam com curiosidade o cemitério.

– Papai, a moça ali está chorando. – Soltou de repente.

Virei-me na mesma direção em que ela olhava. Levei minha mão ao seu ombro, e o pressionei levemente – Não encare, Jade. É um momento delicado pra ela.

Uma brisa forte passou por nós e ela se encolheu à mim. Meus olhos se perderam pelo local, a grama verde bem aparada entre as lápides e aos visitantes, todos completamente compenetrados em seu próprio momento de luto.

Um baixo ruído atraiu a minha atenção e ao me virar, encontrei Nicholas e Bernard remexendo por algumas flores mortas de uma lápide – Meninos. – Disse duro, os fazendo se sobressaltar em um susto – Não façam isso, venham aqui agora.

Eles assentiram obedientemente, dando rápidos passos em minha em direção.

– Papai, quando vamos embora? – Nicholas perguntou, também se encolhendo em seu casaco.

– Logo...

Um alto soluço fez com que todos se virassem em direção à moça que Jade apontara momentos atrás. Ela estava desolada, e, por um momento, compartilhei de uma centelha de sua dor.

– Papai, eu tenho um lenço no bolso. Posso dar pra ela?

Abri um mínimo sorriso para mini bravinha antes de assentir – Bern e Nick, vão com sua irmã. – Os três concordaram com acenos e se encaminharam até a mulher.

De ímpeto ela se assustou, mas foi um alívio quando vi um pequeno sorriso se abrir em seu rosto. Ela agradeceu aos três e me mandou um olhar gentil quando o trio voltar a se posicionar ao meu lado.

Está na hora.

Suguei o ar pela boca, uma tentativa de levar uma dose extra de oxigênio para enfrentar o momento – Vamos... por favor, fiquem em silêncio a partir de agora.

Eles balançaram as cabecinhas em um sinal positivo antes de me acompanharem.

Li os nomes dos túmulos pelo qual passávamos e prestei atenção nas datas. Pelo lento e longo caminho, imaginei nas possíveis vidas que cada uma daquelas pessoas tivera. Algumas longas, outras curtas... seriam pessoas boas? Fizeram algo grande na vida? Casado? Tiveram filhos? Ao partirem, sentiram dor? Deixaram amores para trás?

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