43 | Susan

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29/Abril

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29/Abril

CHARLIE DEAN

Toquei a campainha e esperei alguns segundos.

Talvez eu deveria ter avisado que vinha...

Toquei novamente e ouvi um grito de ''já vai'', e então a porta se abriu. Susan, minha mãe, não pareceu acreditar no que via, mas depois me olhou de forma irônica.

– Olha só quem lembrou que tem uma mãe... – Revirei os olhos e suspirei.

– Vou ser expulsa ou enxotada? – Apontei para as duas grandes malas que tinha ao meu lado.

– Por que não me contou o que aquela filha da puta fez com você? – Entreabri os lábios, surpresa – Acha mesmo que alguns dos meus filhos conseguem esconder alguma coisa de mim? Nem todos são como você, Charlie. – Ela me encarou com um misto de raiva e mágoa – Você sabe que se eu ver qualquer um deles de novo... não responderei pelos meus atos.

Eu assenti – Não te jugaria.

– Me atualizaram de tudo. De como estar a sua saúde de... tudo.

Lógico que tinham. Poderia apostar na verdade, que Candice havia se assegurado disso.

– Sinto muito pelo o que houve... uma mãe deveria ver essas coisas. Eu tinha que ter notado que algo não estava bem.

– Eu não facilitei para você, reconheço.

– É... você foi uma vaca. – Rimos juntas – Eu tenho essa sensação... – Disse com a voz começando a ficar embargada – Que eu falhei como mãe com você... – Larguei a alça da minha bolsa e andei em sua direção. Minha mãe me puxou e me deu um dos abraços mais apertados que já recebi em toda a minha vida – ... sinto muito ter passado por aquilo. Sinto muito mesmo!

– Não se culpe por isso... desculpa ter te tratado tão mal, você não merecia.

– Não mesmo, porra. – Ela xingou antes de rir, apesar de ainda estar chorando – Mas sem mais tristezas. Entra logo, eu te ajudo com as malas. E para que esse tanto? Você veio para ficar?

– Não, só por algum tempo... – Ao entrar, fechei a porta atrás de mim – Mas eu vou ficar no hotel se prec...

– Não começa. – Ela grasnou – Entra, eu fiz comida.

Ah não.

– Já comi no aeroporto... – Menti.

– Bobagem! Sempre tem espaço para mais. – A segui até a cozinha com o estômago já revirando – Eu fiz algumas aulas de gastronomia desde que cheguei aqui.

– Fez? – Me sentei no banco da ilha e a assisti trabalhando na cozinha.

– Fui umas duas vezes.

– Então tecnicamente não fez aulas.

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