A festa foi incrível, após todos irem embora, sobrou apenas a família e aqui estamos nós jantando como se nada tivesse acontecido.
Ninguém está falando absolutamente nada, e não sei se é bom ou ruim, por um lado agradeço por estarem em silêncio mas por outra penso que talvez fosse bom eles falarem alguma coisa, pelo menos uma bronca por eu ter mentido ou coisa parecida.
Porém não, tudo o que se ouve aqui é o som dos talheres batendo nos pratos. E detalhe, estamos em silêncio à três segundos.
- Então, já decidiram o nome? - minha tia pergunta, ela não parece ter notado o clima.
- Na verdade ainda não. - quase choro de alívio por Samuel ter respondido. - Estamos pensando em dar um nome apenas quando o bebê nascer. Queremos escolher com calma e tranquilidade.
- Isso é bom, conhecendo a Montserrat como conheço achei que ela só fosse saber o sexo do bebê apenas quando nascesse, mas tudo bem. O filho é de vocês e ninguém tem que se meter nisso. - fala mamãe, sorrio enquanto mastigo.
- Aliás filha, se sente melhor agora? - vovó me olha, de repente sinto todos os olhares em mim.
- Sim, estou bem melhor. Foi só ânsia de vômito, nada demais.
Ela acena e logo voltam a comer e conversar, eu porém continuo comendo mas ânsia de vômito ainda está aqui. Respiro fundo e tento ignorar, mas por alguma razão minha consciência me diz que todos vão apontar o dedo para mim e me julgar porquê escondi a verdade de todos sobre a minha filha.
Não fiz isso porquê quis, fiz porquê achei que fosse a melhor opção. Não quero que minha filha saiba o tipo de pessoa que ele é, pessoas desse tipo eu quero bem longe de mim e da minha família.
- Amor... - Samuel me balança delicadamente, o olho. - O que foi?
Todos ainda estão distraídos conversando para perceber nós dois.
- Nada. - respondo, ele suspira e acena.
- Quando quiser conversar me fala.
- Umas das coisas que fez com que eu me apaixonasse por você foi o fato de você ser tão compreensivo. - sussurro e lhe beijo na bochecha. - Obrigada por ser tão gentil.
- Eu amo você e tudo o que faz parte de você, é claro que ser compreensivo é o mínimo que eu poderia ser principalmente agora que você esta gestando a nossa filha. Eu te amo, amor, e sei que está assim por causa do que aconteceu mais cedo. Quero que saiba que não vou deixar nada acontecer com a nossa família. Okay?
- Okay... - sussurro sentindo vontade de chorar. Ele me dá um selinho e volta a comer.
Meu coração definitivamente ficou mais leve agora.
( . . . )
- Samuel... - o chamo baixinho, estamos deitados prontos para dormir.
- Hmm...
- Quer se casar comigo? - pergunto de uma vez, ele está de olhos fechados quase dormindo.
- Uhum... - ele resmunga ainda de olhos fechados, leva cerca de três segundos para abrir os olhos e perceber a pergunta. - Como é?
- Perguntei se quer se casar comigo.
Ele me há de olhos arregalados como se eu tivesse perguntado se ele quer morrer, até riria se não estivesse morrendo de medo da resposta dele. Eu planejei pedi-lo em casamento de uma forma mais romântica e bonita, mas sou ansiosa demais para isso e acabo sempre estragando tudo. Não sirvo para surpresas.
- Eu tô sonhando. - resmunga e se deita novamente. - É isso... essa é a única explicação.
- Você está acordado Samuel, e eu te perguntei se quer se casar comigo. Então trate de me responder logo, você sabe que sou ansiosa! - digo tudo rápido e me sento lhe olhando atentamente.
- É o quê? - ele me olha espantado. - Você está mesmo me pedindo em casamento?
- Sim.
- Você tem certeza de que quer se casar comigo?
- Sim.
- Mesmo não sabendo de tudo sobre mim nem o meu passado, você ainda quer se casar comigo?
- Sim! - respondo quase perdendo a paciência. - Sim, Samuel mil vezes e infinitamente sim, eu quero me casar com você independente de qualquer coisa. Eu amo o que sei sobre você e amo o que ainda não sei.
Samuel abre a boca duas vezes e não diz nada, ascende o abajur ao lado da cama e me encara. Ele vai dizer não?
- Porquê você está chorando? - me alarmo ao vê-lo com os olhos cheios de lágrimas. - Não era pra você chorar... me desculpa, foi rápido demais? Você não quer? É isso? Não tem problema em não querer se casar agora, eu espero o seu tempo!
- Você é literalmente a pessoa que mas amo no mundo inteiro... - ele desliza as pontas dos dedos sobre o meu rosto. - Morrerei se algo acontecer com você... agora que temos uma princesinha à caminho meus sentimentos por você só cresceram. Obrigado por ser sempre àquela de quem mais preciso, obrigado por estar sempre aqui nos momentos bons e ruins, obrigado por me amar, por cuidar de mim, por estar sempre ao meu lado. Casar com você é o que eu mais quero...
Chorando a gente se abraça e chora ainda mas, Samuel se tornou para mim meu porto seguro, meu amor verdadeiro. Minha alma gêmea.
( . . . )
- Verdade? - mamãe não esconde a animação e surpresa. Contamos que vamos nos casar em breve.
- Já tem uma data? - vovó pergunta tão animada quanto.
- Ainda não, ela me pediu quando fomos dormir e ainda parece um sonho. - Samuel comenta todo envergonhadinho, que fofo.
- Okay, vamos focar nos detalhes. - Lia fala. - Onde será a cerimônia, quem serão os convidados, os padrinhos e madrinhas, as cores, qual será o seu vestido?
- Meu Deus quanta coisa... - só de pensar fiquei com preguiça. - De qualquer forma boa casaremos no aniversário do Samuel, temos dois meses, vinte e um dias e algumas horas até lá. Então sem pressa e nos deixe em paz por enquanto!
Falo de uma vez fazendo eles rirem, a parte principal já foi, o pedido e embora não ele tenha sido do jeitinho que eu planejava ainda assim foi lindo. Ver os olhos deles brilhando daquela forma para mim foi incrível, maravilhosa... saber que ele quer se casar comigo tanto quanto eu é inexplicável.
Iremos nos casar nem que para isso o mundo precise desabar, iremos subir naquele altar e seremos um do outro diante da lei dos homens e de Deus.
Iremos nos casar, nos amar e seremos uma família feliz com a nossa princesinha...
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Amor Inesperado
Romance"Eu achei que era amor, que ele me amava. mas tudo não passava de uma ambição." Agora ela pensa que vai cuidar do bebê sozinha... ou talvez não. Montserrat vai encontrar o amor de uma forma clichê e inesperada.