Linhas traçadas (A voz que lhe fala) - II

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(1882 Palavras)

Somente oito meses foram necessários para que todos os planos e projetos deles ficassem prontos, entretanto, só tinham um único problema.
Embora tivessem todo o conhecimento que queriam, ainda assim, esse conhecimento não lhes traria dinheiro, por conseguinte, uma cúpula entrou em sessão para acharem um meio de se resolverem.

Entre as pessoas presentes estavam, o jovem (aquele que havia viajado) e um rapaz que parecia não ser percebido pela multidão. O rapaz foi ao encontro do jovem e o saudou. Assim que o jovem o viu, sua reação fora um resplandecente sorriso, ele atravessou as bancadas e cadeiras indo em direção ao seu amigo, o recepcionando aos beijos, dizendo:

– Que tudo vá bem!! Meu amigo, você sumiu, simplesmente desapareceu! Por onde andou?

– Com vida e paz! Fui romeiro por todos os lugares. Como te disse da última vez em que nos vimos, 'não sou daqui', que estava 'somente de passagem' e, que 'logo iria partir'... Bem, vejo que a dica que lhe dei sobre Leins, deu certo – disse o rapaz.

– Ainda não entendi o porquê não me levou contigo e a sua implicância com o nome 'Leins', custa dizer Lei e Ai? – O jovem meneava a cabeça enquanto ria.

– A vida de viajante não te cairia bem, meu caro. Mudando de assunto, por que estão todos aqui?

– A maneira como você não sabe de nada e de tudo ao mesmo tempo, não deixa de me surpreender – disse o jovem, sarcástico. – Bem, para ser rápido e franco, não temos dinheiro para comprar materiais. Resumindo, voltamos para a estaca zero.

– Por que não usa as pedras preciosas no interior da montanha? – Murmurou o rapaz no ouvido do jovem.

– P-Pedras! Pedras preciosas, onde?! – Disse o jovem aumentando o tom, surpreso.

– Shh!! Se eu quisesse falar pra todos, eu usaria um amplificador de voz! – resmungou o rapaz tampando-lhe a boca – Bem, todo mundo sabe que, do lado sul da montanha, tem uma gruta de onde se ramificam vários túneis e um desses túneis, leva a um abismo com uma caverna escondida repleta de pedras preciosas.

– Eu nunca ouvi falar disso e aposto que ninguém aqui sabe disso nem os anciões. Como então você sabe? – Questionou o jovem confuso.

– Eu já disse, eu descobri por acaso e somente eu sei disso e digo mais, sou mais velho do que você pensa. – E deu um sorriso condescendente.

– Mas em nome das nuvens, como você sabe disso, se nem é daqui e nós que vivemos há ciclos aqui, nem imaginamos? – Indagou o jovem muito mais confuso quanto irritado.

– De onde venho, todo mundo sabe disso. – Ele agarrou o pulso do jovem e puxou para um canto afastado, longe da câmara da cúpula.

– E de onde raios voc... – O rapaz tampou-lhe a boca, cessando o exaspero do jovem. – Chega de perguntas!! Meu deus, parece uma matraca! Você quer minha ajuda ou não?

– D-Deus... o que é...? Está bem! Mas, só uma única pergunta, última pergunta. Prometo! – O rapaz comia-lhe com os olhos, mas cedeu. – Se é assim, realmente do jeito que disse, porque não vai você mesmo e faz isso, hum?

– E qual é o sentido disso? – Respondeu o rapaz com um sorriso malicioso e se foi, refreando qualquer outra pergunta, deixando somente um mapa em sua mão.

No dia seguinte, o jovem se levantou cedo e seguiu para o sopé da montanha — cerca de meia clave (Aproximadas uma hora e meia), para a montanha, isso sem olhar a paisagem. Ele seguiu pelo Leste, por um penhasco íngreme (por vezes quase parando no fundo do mar revolto ou empalado por estalagmites.) Por fim, ele chegou na entrada da gruta (a maresia era reconfortante e doce.) Ele calçou a lanterna de mão e seguiu escuridão adentro.

O fim dos meiosOnde histórias criam vida. Descubra agora