O fim dos meios

Arco um

(272 palavras)

– Ouçam a voz do Silêncio, ouçam todos os apressados e vindos de dias, todos os ansiosos por amar, todos os amantes de palavras curtas e falas resolutas. – Sua voz se espalhava por todo o canto em alta voz, mas tudo o que se ouvia era Silêncio.

– Calem-se! Suas palavras são mais úteis quando não ditas por esse túmulo pútrido, que chamas de boca. Escutem ansiosos, ouçam minha voz, leitores rasos e frouxos. Nem tudo é como aparenta, nem todos os espaços estão repletos de algo útil, assim como nenhum vazio é inútil.

– Não percebe a enormidade de atenção que arrebatastes? Não percebe os olhos atentos, olhando-te incessantemente através das telas, estáticos, julgadores; conhecedores de todos os teus segredos?

– Não saia rápido daqui, pois eles sabem de tudo, eles veem, contam e segredam tudo em silêncio. Não importa para onde olhe, eles estarão lá para te observar e sumirão assim que os perceber. Portanto, leve o tempo necessário entre essas páginas, pois é recomendado que bons livros não sejam lidos sem companhia, assim como essas ao seu lado.

"Ouçam todos os povos! Dos céus virá o ceifeiro, o Arauto da morte, controlado por Ela. Sua sombra já se estende sobre vós.

"...um manto branco descerá, para encobrir o sangue e apagar as lágrimas. Pela mão Dele, a Luz se aproxima, uma luz acolhedora e quente, que o conduz pelo caminho para o abismo, entre risos mútuos.

"...os protegidos por Vulcano podem se lembrar, mas será inútil, pois ela já chegou, aquela que a tudo vê, que não se esconde pela luz, mas que dela vem. Sua presença congela o coração e arrebata a alma.

"...os seis reinos, desejo paz e sorte. O futuro revelará o destino daqueles que vieram... e dos que restão, a danação de vagar cegos por sua luz.".