Linhas traçadas (O Julgamento) - VI

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Aviso importante: Este capítulo contém gatilho emocional, contém descrição de tentativa de estupro e insinuação. Se é possível que você seja afetado, ou afetada, por essa história, sugiro que passe adiante, do contrário, prossiga com cuidado!

 Se é possível que você seja afetado, ou afetada, por essa história, sugiro que passe adiante, do contrário, prossiga com cuidado!

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(2571 palavras)

Em'zo ainda tentava entender o que tinha acontecido, mas os pensamentos lhe escapavam como se o evitassem. O desejo de retornar para casa ainda permanecia.

– Eles não estão em casa, estão na estação – murmurou inconsciente. – Como assim? Eu não estava pensando em nada, como eu não falei... – Lágrimas rolaram do seu rosto, sufocando um grito desesperado. Ele estava a beira do colapso. So o que tinha certeza era que devia parar e ir para a estação onde sua certeza estava.

Ele correu o máximo que podia, tentando deixar toda a confusão e medo para trás, como se pudesse ultrapassá-los com sua velocidade. Contudo ao chegar na estação, estava atrasado em pelo menos uma clave de tempo (Duas horas).

A estação estava estramente vazia e um cheiro reconfortante petricor que lembrava a terra molhada após um temporal. Ele fechou os olhos e se deixou inalar aquele aroma. Quando abriu, ele congelou ao ser ver soldados armados, cercando-o.

– Senhor Em'zo? Somos da Guarda Villa, algumas acusações foram feitas contra o Senhor e seus amigos. Poderia, por favor, nos acompanhar para podermos esclarecer tudo o mais? – Disse um dos Soldados, provavelmente o capitão.

– Amigos? – Em'zo logo pensou que fora descoberto com relação a fingir ser algo que não era, contudo, seu coração afundou com a ideia de que Emua e Eliata tivessem sido envolvidos, mas se deixou ser levado.

Chegando na ala quatorze, foi colocado ao lado de Emua — que espumava, olhos injetados de raiva, como se pudesse matar qualquer um só olhando —, no banco dos réus. Enquanto do outro lado, seus acusadores, eram os mesmos jovens que o violentaram e tentaram fazer o mesmo com Emua, todos com sorrisos sarcásticos no rosto.

– Esse tribunal está em sessão. Caso de número, 8-8-10. Acusação de violência não provocada, pela lei de Madam, dez ciclos (vinte anos) ininterruptos. Agressão à realeza, onze ciclos (vinte e dois) sem direito a recorrer. Como os réus se julgam?

– Inocentes, lógico! – Esbravejou Em'zo, meio perdido. – Não fizemos nada disso... – Seu sobressalto despertou memorias, pedaços de imagens brotavam de sua memória. Seu coração batia em disparada como se suplicando que lembrasse. A raiva de Emua se esvaiu e ela agarrou forte a mão de Em'zo, tentando dar segurança.

– Espera! Foram vocês! Foram vocês que tentaram violentar Emua e disseram que me violentariam também, mas eu... eu... estava todo... surrado e acabei apagando, mas antes disso... vocês... me... – Lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto, misturado àquelas memórias, além de uma forte ânsia de si mesmo, juntamente com dores e suores. – Meritíssimo... esses homens... deveriam estar... banco! – As palavras lhe causavam ânsia, Emua o amparou apertando forte sua mão, tentando de alguma forma arrancar dele aquele peso. Apesar de tudo, permaneceu calada, como se esperando o momento certo.

O fim dos meiosOnde histórias criam vida. Descubra agora