CAPUZ XADREZ (Saga Chess Hoodie)

Prólogo

 Dedicatória: Esse livro é totalmente dedicado ao melhor amigo que tive, o Willian Costa, que voou muito cedo. E consegui imortalizá-lo nesta obra escrevendo sobre o Dylan .

            Alguns eventos na vida de uma criança vêm e vão. Outros, ficam para sempre. A vida seria muito mais fácil se as coisas que se foram não voltassem mais.

   Na minha vida, as coisas se invertem.

  Eu fugi de tudo.

  Fugi porque não superaria o que aconteceu. Isso fez com que o que causei me alcançasse e me jogasse no chão com toda a força que só a vida possui. E vou assumir que doeu, ainda dói e sempre doerá.

  Viver é morrer um pouco mais a cada segundo. Eu não penso que estou vivendo com uma dor que causei a mim mesmo, mas me pergunto dia após dia quando é que morrerei de uma só vez.

  Hoje estou aqui, confinado nesta cela imunda e fria, condenado a viver cada segundo da minha vida. Olho para essas paredes cinzentas e elas só me fazem lembrar do que luto todos os dias para esquecer.

  Cinzas... elas sempre retornam. Sempre retornarão.

  Cada vez que fecho meus olhos, sonho com lembranças mistas. Tem sido bem mais angustiante manter os olhos fechados, acredite. Nem todos possuem chances de mudar o quadro. Os que conseguem, geralmente destroem o que foi feito novamente, já que não concluíram sua primeira tarefa com precisão.

  É impossível dormir em um barco que veleja em um mar turbulento.

  Chove lá fora. Sinto alguns pingos caírem em mim, mas não me incomodo. Está frio, mas meus pensamentos me aquecem. É noite, mas poderia ser dia. Não faz diferença, já que estou recluso do mundo e permanecerei assim por bastante tempo.

  Esse é o preço da vingança, e é tudo que sobrou. O gosto? Já passou. Agora só me resta lidar com todas as consequências.

  Estou perdido. Será que você pode me ajudar a retomar o controle?

  Eu preciso retomar o controle.