Dylan havia me dado um copo de refrigerante e uma fatia de bolo. O pessoal estava sentado na sala ouvindo algumas histórias de quando eu havia chegado na fazenda. Olhei aquilo com tanto apreço e carinho que quis repetir o encontro por muitas vezes depois. Quando o velho dizia o quão difícil era me fazer segurar um machado com a metade do meu peso, a campainha tocou. A casa ficou em silêncio, o que não impediu que a campainha tocasse novamente. Caminhei - mesmo sem blusa - para a porta. Kramer estava de pé, com uma expressão séria.
- Bom dia, Elliot.
- Oi Kramer, é bom te ver. Quer entrar para comer bolo?
- Uma outra hora. Vim dizer pessoalmente que Kimberly está em coma induzido e deve apresentar melhoras em uma semana.
- Eu não tive tempo nem de saber que ela sobreviveu, isso é maravilhoso! Obrigado por salvá-la, Kramer.
- Por nada. Ah, também vim dar-lhe boas vindas. Trouxe um presente para você, mas esse eu não aceito devolução.
Kramer apontou para o carro sedan preto que havia chegado com ele. A porta se abriu devagar, revelando um pé feminino por baixo e depois trazendo à tona uma das coisas que eu mais precisava naquele momento. Judith caminhou em passos lentos até a casa de Frank sem acreditar no que estava vendo. Seus olhos grandes e castanhos escuros começaram a derramar lágrimas como nunca havia visto antes. Sua pele branca logo se avermelhou, e a minha doce irmã correu em minha direção sem nenhuma perícia, apenas como uma irmã que enterrou um caixão vazio.
Jude me abraçou, e então minha vida sorriu mais uma vez.
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CAPUZ XADREZ (Saga Chess Hoodie)
General FictionViu sua irmã morrer queimada aos dez anos. Sobreviveu à queda de um penhasco sem maiores explicações. Não há idade certa para conhecer a dor, e a dele veio cedo demais. Seis anos depois, vivendo longe de casa, Elliot é mais uma vez confrontado por t...