Capítulo Um - Pequena Lutadora

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"Nada como um pouco de dor para te lembrar que está vivo"
               Raven Reyes.

"Nada como um pouco de dor para te lembrar que está vivo"               Raven Reyes

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°Portland, Maine.

     O que torna uma pessoa má?

     Ela ter um passado triste?

     Ter um monte de desilusões?

     Ou simplesmente é o que é?

     Escolhas? Escolhas! Escolhas.

    Minha infância foi a mais normal possível, na medida do possível, é claro. Tirando a parte que minha mãe me abandonou quando eu só tinha dois meses de vida. Isso fez me sentir indesejada e acabou sempre voltando a minha mente quando eu passava muito tempo nos meus próprios pensamentos.

    Sempre havia dúvidas. E essa era a pior parte. Imaginar como seria ter uma mãe presente me irritava na mesma proporção que me magoava. Ela tinho ido embora e com ela, também tindo ido partes que talvez precisasse estar em mim.

    Eu nunca saberia.

    Dizer que sinto apenas raiva dela seria mentira. Mas foi meu pai que mais sofreu com sua ida. Quando eu era pequena percebia que ele estava sempre triste e chorando pelos cantos de nossa casa. Ele sentia falta dela, mas eu não. Eu não queria que em algum dia ela voltasse para nossas vidas. O único papel em minha vida que ela demonstrou foi a dor e o abandono. Duas coisas que uma mãe nunca deveria fazer o seu próprio filho sentir.

    Minha infância foi com o sr. Lorenzo sendo meu pai e minha mãe ao mesmo tempo. Meu verdadeiro herói. Dos meus cinco aos dez anos ele vestia roupas femininas e colocava uma peruca ruiva para me contar histórias ou encenar algum teatrinho infantil para me sentir melhor. Quando estava doente ele cantava e me dava sopa na boca enquanto imitava uma voz fofa de algum personagem de desenho animado.

    Acho que meu pai queria fazer eu sentir o carinho maternal que eu jamais poderia ter. Ele fazia tudo que pudesse para eu me sentir melhor.

    Quando comecei aprender andar de bicicleta e caí ralando meu joelho ele estava lá do meu lado. Enxugou minhas lágrimas, me disse que era para me levantar e tentar novamente até conseguir. Uma pequena queda não deveria interferir tanto nas minhas próximas escolhas. Desistir jamais era a opção para ele. E isso teve um grande efeito em mim.

    Se deixar levar por um momento ruim não seria uma opção em nenhuma das escolhas do futuro.

    Desde aquela dia, sigo exatamente suas palavras para me encorajarem. Ele foi o melhor pai e mãe que eu poderia ter.

Última Chance Para Se SalvarOnde histórias criam vida. Descubra agora