Carma é uma vadia

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Capítulo 8

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Capítulo 8

por N.C Earnshaw


    DURANTE ALGUMAS HORAS, Paul resistiu bem. A dor de vê-la indo embora o fazia querer desabar, no entanto, a esperança de que conseguiria superar o imprinting era a única coisa que o dava forças. Ele não conseguiu evitar o sentimento de gratidão que queria preenchê-lo. Tinha sido pego de surpresa, uma vez que nunca imaginaria que uma vampira se preocupasse com o fato de estar lhe afetando. O quileute estranhou cada segundo e cada palavra que saiu dos lábios dela. Porque nunca, em toda a sua vida, ele tinha se sentido tão compreendido.

    Sua mãe não se importou com seus sentimentos quando o largou com o pai ainda pequeno. Seu pai não deu a mínima para os seus sentimentos quando se desintegrou ainda mais, e virou um bêbado agressivo. As pessoas da reserva não se importaram com seus sentimentos, e não tentaram entender o porquê dele ser tão raivoso o tempo todo. Não ligavam para o garoto que se sentia inadequado no meio daquelas famílias perfeitas, e que tinha como mecanismo de defesa a raiva. O único que estendeu a mão para ele foi Sam. No entanto, ele via a atitude do alfa mais como uma obrigação que ele cumpriu, não um ato de bondade vindo do fundo do seu coração.

    A última pessoa que ele esperava dar atenção para os problemas dele, era ela. A vampira que ele sentia nojo, jurava odiar e repugnava com todas as suas forças.

    Ele se recusava a admitir qualquer coisa boa que sentia em relação a ela, colocando toda a culpa no imprinting que o forçava a endeusá-la em sua mente. Mas não podia negar que ela tinha crescido um pouco em seu conceito.

    "Só pode ser carma", pensou ele, voltando a se transformar em humano e caminhando até o tronco de árvore que ele tinha escondido suas roupas.

    Paul visualizava os vampiros como mortos-vivos sem sentimentos, que não pensavam em nada a não ser em drenar o sangue de criaturas inocentes. Entretanto, naquele dia, conheceu uma vampira altruísta e bondosa.

    "Ou pode ser o plano dela de ganhar minha simpatia e confiança, para me matar quando eu estiver dormindo", concluiu morbidamente.

    "Mas ela foi embora", lembrou uma vozinha irritante no fundo da sua mente. Ele apenas a ignorou.

    Paul terminou a ronda se sentindo exausto. Vestiu o short estropiado sem prestar muita atenção em nada no seu caminho. Foi para casa cambaleante, e assim que abriu a porta do quarto, caiu na cama num sono profundo.

    Então tudo começou.

    Paul via Wendy à sua frente. Parecia perfeita olhando-o com um sorriso nos lábios vermelhos — convidando-o para um beijo. Os cabelos negros ondulados emolduravam o rosto arredondado com covinhas profundas.

Entre Fogo e Gelo - Paul Lahote (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora