Capítulo 16por N.C Earnshaw
— Você tem certeza que a Emily não vai se incomodar se eu for junto? — Wendy soou preocupada. No rosto, tinha uma expressão de incerteza. Por um lado, ela queria conhecer melhor as pessoas que ele convivia, mas por outro, sentia-se um pouco intimidada. Sabia que o preconceito por ela ser vampira não tinha se extinguido completamente. — Não quero ser intrometida.
Paul parou de andar e se virou para olhá-la com um semblante descrente no rosto. Era a décima vez que ela perguntava aquilo, e ele já estava de saco cheio.
— Se me perguntar mais uma vez sobre isso... — ameaçou ele, torcendo o canto da boca e apertando as mãos na frente do corpo como se estivesse enforcando alguém. Wendy revirou os olhos, sabia que ele era incapaz de cumprir a ameaça.
— Então me responde que eu paro! — Ela bateu pé, sem querer ceder. — Da última vez que fui até lá, seu amigo Sam foi bem claro comigo.
— Como assim? — O lobo semicerrou os olhos, curioso sobre o que o alfa disse a ela.
— Não foi nada, tá legal?! — desconversou a vampira, virando-se e passando por ele. O temperamento de Paul era horrível, e ela sabia que ele estava se coçando para arrumar uma confusão. — Vamos lá.
— Espera. — Ele segurou o braço da garota sem apertar. — Antes, você tem que me dizer o que ele falou.
— Eu já disse, não foi nada de mais — assegurou Wendy, soltando-se do agarre. — Ele apenas me deu um ultimato que se eu me aproximasse da Emily, ele... Bom, ele deixou o resto subtendido.
Paul rosnou alto.
— Ele te ameaçou? — Ele grunhiu entredentes, com o corpo já tremendo de raiva.
— Ei, ei, ei — chamou ela, levantando as mãos. — Não precisa ficar nervosinho.
— Você não entende — alegou ele, cerrando os punhos. Seu semblante estava distorcido em fúria, e ele parecia pronto para arrancar a cabeça de alguém. — Ele não podia ter te dado esse tipo de aviso. Não quando...
"Não quando você é minha", pensou o lobo. Mas depois logo se repreendeu, ainda insistia que amizade era o único tipo de relacionamento que ele teria com Wendy.
— Você esqueceu que sou uma vampira? — Ela franziu o cenho e cruzou os braços. Não precisava da proteção de ninguém. Era forte o suficiente para não necessitar de ajuda, e não permitiria que o Lahote arranjasse confusão em nome dela. — Ele só estava garantindo que a companheira dele iria ficar segura.
Ele a fitou por alguns instantes.
— Ele não podia ter feito isso — bufou Paul. — Se ele te tocasse, estaria quebrando a lei mais importante da matilha.
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Entre Fogo e Gelo - Paul Lahote (1)
FanfictionO temperamento de Paul Lahote era uma característica que o distinguia dos outros jovens da reserva. Sempre pronto para primeiro bater e depois conversar, ele colocava medo em seus colegas de turma desde a infância e honrava seu apelido de "cabeça-qu...