Medo é para maricas

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Capítulo 12

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Capítulo 12

por N.C Earnshaw


    PAUL ESTAVA SE ACOSTUMANDO com a presença do seu imprinting na sua vida. Ainda havia momentos extremamente constrangedores. Como, por exemplo, quando eles se tocavam sem querer, e os dois ficavam em um silêncio tenso, olhando para qualquer coisa que não fosse o rosto do outro. Ou quando o Lahote, acidentalmente, soltava algum comentário preconceituoso contra a espécie dela — ele se arrependia no mesmo segundo ao ver sua expressão magoada. Quando se dava conta, era muito tarde, e já tinha dito outra besteira novamente. No entanto, apesar das pequenas dificuldades, havia se tornado fácil esquecer que ela era o inimigo. Fácil até demais. Ele a olhava, e apenas enxergava o seu imprinting. Seu coração disparava, e ele somente desejava dizer o quanto a amava.

    Aquilo deixava Paul irritado consigo mesmo. Havia sim, aceitado que se tornassem amigos. Entretanto, jurava para si mesmo que nunca iria se trair tendo um romance com a Cullen.

    Encontrava-se com ela todas as tardes. Às vezes, eles caminhavam pela floresta trocando provocações. De vez em quando, ficavam em silêncio. Sem conseguir achar um assunto em comum para falar. E outras, a maior parte delas, apenas conversavam sobre assuntos aleatórios, mas que se distanciavam e muito, de algo que pudesse se tornar sentimental.

    Eles não tinham muito o que fazer no meio do mato. Paul não aceitava ir até à casa de Wendy, e ela ainda estava constrangida de passar um tempo na residência dos Uley. Não se sentia bem-vinda com os olhares que o alfa lançava em sua direção. Era como se, subitamente, ela fosse enlouquecer e atacar a todos.

    Paul achava a maior baboseira que tinha ouvido na vida. Apesar de ser uma vampira, a Cullen não era uma criatura sanguinária sem consciência. No entanto, para evitar possíveis conflitos de opiniões — e punhos, evitava levá-la até lá.

    O Lahote não tinha nem sequer citado sua casa, e a vampira não perguntava. Mesmo que não soubesse muito sobre ele, ainda tinha noção de não apertar os botões errados do lobo. Ele se irritava com muita facilidade, e o quileute agradecia por ela ter esse entendimento dele, que a maioria das pessoas não possuía.

    Ele encarou Wendy fingindo tédio, e a garota o olhou de volta, revirando os olhos. Eles estavam sentados no meio da floresta, bem próximos à linha do tratado, apoiando as costas em troncos de árvores desconfortáveis e gastando tempo, enquanto se fitavam sem nada mais para fazer.

    — Vamos só ficar aqui nos encarando feito dois bocós? — Ela jogou para longe de si o pequeno galho que tinha em mãos. Por ser uma vampira de quase 100 anos, era comum que conseguisse ficar parada por horas; talvez décadas, mas algo na presença de Paul deixava seu interior agitado demais para que ela conseguisse se perder em pensamentos.

Entre Fogo e Gelo - Paul Lahote (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora