MEDO
/ê/
substantivo masculino
1.
PSICOLOGIA
estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência.
"m. ao se sentir ameaçado"
2.
temor, ansiedade irracional ou fundamentada; receio.
"m. de tomar injeções"
3.
apreensão em relação a (algo desagradável).
"m. de decepcionar"
AMY
Por mais que eu estivesse há quase 3 meses preparada para a "morte" da minha mãe era difícil aceitar que ela se foi por mais que tenhamos sentido paz. Era difícil. O mais difícil era ver todos nós olhando com cara de "coitados" ou os comentários de pessoas dizendo "passaram os últimos dois anos cuidando dela para terminar assim". Não, eu não me sinto coitada e muito menos arrependida pela minha escolha de cuidar dela, se eu pudesse refazia todo o caminho de novo. Me sinto mais viva do que nunca, uma nova Amy renasceu. Hoje percebo que já não sou uma garotinha inocente. Sou mais forte do que poderia imaginar. Foi uma experiência que doeu, por muitas vezes me senti sozinha, mas lembrava do motivo e criava forças para continuar.E agora tinha ele, Jacob. Esse rapaz não saia da minha mente. Ele se tornou um amigo para mim. Eu adorava estar com ele, de verdade que eu o amava. Não aqueles amores românticos mais amor de cuidado e de querer bem.
Decidi passar uns dias fora do hospital para poder me reconectar ao mundo real, mas a saudade de Jacob era grande então decido ir ver ele, mesmo que ele provavelmente já esteja dormindo... Eu amava ver ele dormindo. Me trazia uma paz o ver descansando.
Eu sei que por mais que ele se demonstre positivo em relação aos exames e tudo no fundo percebo que está sofrendo demais e por mais que eu queira conversar com ele, eu respeito seu tempo não quero ser invasiva.
Chego ao hospital hoje trouxe algo que com certeza iria o alegrar, meu pai quando viajou para Nova Iorque aonde ele ia palestrar em uma conferência acabou indo a um jogo de baquete e encontrou o ídolo de Jake, Michael Jordan e eu pedi para que ele trouxesse algo autografado, meu pai então rapidamente vez uma carta e comprou umas camisas e pediu para Jordan assinar. No caminho todo até aqui fiquei pensando em quanto o Jake iria amar aquela carta e os presentes que trouxe. Ver ele feliz me deixava feliz.
Ao entrar no hospital passei meu crachá e fui para a sala de enfermeiro deixar minhas coisas e trocar de roupa, depois de passar álcool em tudo que trouxe pego a caixa e vou para o quarto de Jake, quando chego lá me assusto com a cena que vejo.
Um senhor está suspendendo ele pelo pescoço e logo em seguida o joga no chão, como se ele não fosse nada minhas pernas começam a tremer não tenho forças nem se quer para falar, logo em seguia o chuta e diz algo que não entendo porque estou extremamente imóvel, junto toda as forças que tenho e grito
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Ele se assusta com minha presença.
- Saia daqui garota isso não é problema seu - ele diz vindo em minha direção - esse garoto já não merece viver, ele desgraçou a minha vida! - disse e isso faz com que meu coração se quebre em pedaços...
- você não sabe o q...- tento dizer mais ele me puxa pelo braço com força e consigo ler na sua camisa o nome Roger, meu deus era o pai dele aquilo me faz me sentir muito mal... Eu não imagino o tanto que Jacob deve sofrer em suas mãos.
- olha garotinha - ele diz cravando as unhas em meu braço e puxando com força - você não e ninguém pra dizer o que falo ou não, e tem mais - ele disse olhando pra Jake que estava no chão - se você ajudar ele isso que você tá sentindo não será nada perto do que vou fazer com você - ele me encara nos olhos e abaixa sua visão olhando para todo o meu corpo e aquilo me causa um nojo ver a maneira que ele me olhava - Você e muito gostosa em, - ele fala me puxando para perto do seu corpo e logo dou um chute em sua região íntima e começo a gritar por socorro.
Logo alguns enfermeiros chegaram tirando ele do local e na minha cabeça só vinha Jacob, vou até ele que está desacordado e pela primeira vez, sinto medo, medo de perder ele para sempre.
- Jake? - chamo mais sem resposta eu o deito em meu colo - Fala comigo por favor - as lágrimas começam a descer. - Eu não vou suportar te perder também - digo chorando - por favor fica bem-digo abraçando seu corpo mais logo Sharon me separa dele pedindo para que eu vá para sala de descanso.
- Não Sharon, eu preciso ficar, por favor - digo desesperada.
- Amy, deixa os médicos cuidarem dele, - ela diz enquanto os médicos o examinam, tem muitas pessoas em volta dele. - ficar aqui não vai ajudar em nada. Vamos - ela diz me puxando e me levando para sala de descanso.
48 horas depois....
Não consegui dormir direito nesses últimos dias depois do ocorrido com Jake, estava assustada primeiro pelo estado dele que voltou a ser grave por conta da queda e pancada que acabou quebrando alguns ossos dele fazendo piorar seu estado e isso me deixou muito abalada, fora que fazia quase dois dias que ele não acordava. Estava em desespero. Liguei para Charles, mas ele só conseguia chegar amanhã já que ele estava do outro lado do mundo.
Fico no quarto a todo o tempo os médicos disseram que ele poderia acordar a qualquer momento. Minha esperança e que seja em breve. Volta e meia me lembro do seu pai, das suas falas e não conseguia entender como existe pessoas assim no mundo, meu deus eu não fazia ideia do que Jake passava.
Mais do que nunca precisava estar ao seu lado. Estava o encarando como costumava fazer quando estava em coma.
A faixa em sua cabeça e o gesso no seu braço me deixava triste e com raiva, mas mesmo assim lá estava ele, dormindo como um anjo sempre com a boca meia aberta era tão lindo. Analiso cada detalhe do seu rosto.
Começo a passar minhas mãos em volta do seu rosto e me aproximo ainda mais dele... E então consigo sentir sua respiração se misturar com a minha... Sinto meu coração bater forte cada vez que inalo o mesmo ar que ele.
- Você não merece isso, Jake - digo fazendo carinho pelo seu rosto - Eu prometo cuidar de você, tá bom? - digo sorrindo e sem pensar depósito um beijo casto em seus lábios.
Sabia que não deveria fazer isso, mas nem eu entendo o porquê de ter feito. Me sinto em casa com ele, e aquele beijo fez com que meu amor só aumentasse, continuei fazendo carinho pelo seu rosto quando sinto lágrimas solitárias caírem dos meus olhos e nem faço questão de limpar elas.
E então vejo ele levemente abrindo os olhos e fechando, meu coração dispara finalmente ele está de volta.
- Jake? - digo o chamando mais não obtenho resposta - eu estou aqui! - sorrio. - Você está bem? - digo e ele começa a abrir os olhos mais uma vez, porém sinto lágrimas descerem de seus olhos - Jacob, tá tudo bem? - começo a ficar preocupada.
- Ma- ele dizia mais não conseguia desenvolver a fala
- me diz o que você quer - falo com uma mão em seu rosto e a outra em sua mão que não estava engessada - eu estou aqui.
- Mãe.. - disse com dificuldade.
- você quer sua mãe? - pergunto - se você quiser ela aperta minha mão - digo e ele aperta minha mão com força mais percebo que as lágrimas em seus olhos se intensificam ainda mais e começo a entrar em desespero
Será que o pai falou do acidente? Penso mais nem preciso pensar muito quando Jake finalmente fala.
- Amy, eu matei minha mãe. -E eu fico sem reação ao ver ele falando aquilo.
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You Are The Reason | Peraltiago [CONCLUÍDA]
FanfictionDepois de dois anos cuidando da sua mãe no Hospital de Cerritos, LA. Amy Santiago decide se inscrever em um projeto voluntário para ajudar as enfermeiras do hospital. O que ela não sabia era que sua vida iria mudar completamente ao começar a cuidar...