A MÃE DO MEU FILHO

Capítulo Quarenta e Sete

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Minutos depois, a cerimônia de formatura começou. De um por um, os alunos eram chamados por ordem alfabética para subir no palco e receber seu diploma. Faltavam um ou dois alunos para a vez de Tommy e toda a família já estava pronta com celulares e câmeras na mão.

— Thomas Baker Martell. — anunciou o diretor Christian.

Tommy se levantou e o auditório explodiu em palmas. Ao passo que ele caminhava na direção do diploma, cenas da nossa vida passavam diante dos meus olhos e o resto do mundo desapareceu. Lembrei do momento no banheiro do aeroporto quando aqueles dois tracinhos apareceram, indicando que eu estava grávida. Lembrei do primeiro ultrassom, quando Tommy não passava de uma bolinha e um coração pulsante. Lembrei da dor do parto que desapareceu instantaneamente quando eu o segurei os meus braços pela primeira vez. Lembrei dos seus primeiros sorrisos, passos e palavras. Cada vez que ele ficou doente, caía ou se machucava e eu o abraçava desejando poder tirar sua dor. Os cartões de dia das mães, as brigas e as reconciliações. E, por fim, lembrei de como ele não queria soltar a minha mão no primeiro dia de aula. Agora, era eu quem precisava soltar sua mão.

Olhei de relance para Jason. Ele estava tão emocionado quanto eu enquanto assistíamos à Tommy receber seu diploma. Nosso filho disse algo que não pudemos ouvir para o diretor, que fez que sim com a cabeça. Logo, Tommy foi para a o local onde estava o microfone.

— Eu sei que não sou o orador da turma, mas gostaria de dizer algumas palavras. — assim que ele começou a falar, eu já previ que iria chorar muito. — Uma garota que eu amo muito me disse que as pessoas que você ama fazem você querer ser uma pessoa melhor. Ela me ajudou a ver o quanto eu deveria valorizar a minha família. — eu e Jason nos entreolhamos, curiosos para saber quem era essa garota. — Mas eu machuquei ela, sendo uma pessoa de quem não me orgulho. — lamentou. — Meu nome é Thomas Baker Martell. Mas, meus pais me chamam de Tommy. Eu tive vergonha desse apelido por muito tempo. Mas não mais. Meu nome é uma homenagem a uma pessoa muito especial para os meu pai. Seus pais talvez tenham o conhecido. Eu gostaria de tê-lo conhecido. Thomas era professor de artes desse mesmo colégio. Ele costumava dizer pessoas que nós amamos podem ser muito inspiradoras. Às vezes, nossa principal fonte de inspiração. Ele estava certo. Olha, eu não estou aqui para ela me perdoar ou algo assim. Eu estou aqui para as pessoas que eu amo saibam que eu quero ser a melhor versão de mim mesmo. E vocês são a minha inspiração. Mãe, pai... Vocês são minha inspiração.

Quando ele terminou, todos aplaudiram e eu já estava em prantos, com o rosto inchado de lágrimas. Tudo que eu queria era correr para ele e envolvê-lo no mais apertado dos abraços. Não demorou muito e a cerimônia terminou com o discurso da oradora da turma e logo já estávamos com Tommy, parabenizando-o e tirando muitas fotos.

— Eu amei seu discurso, Tommy. Mas quero que saiba que eu estou muito orgulhosa de você.— comentei, abraçando-o. — Só gostaria de saber quem é essa garota...

— Mãe... — ele respondeu, em tom de repreensão.

Eu honestamente duvidava que havia família mais orgulhosa do seu formando do que nós. Antes de seguirmos para a casa para o churrasco que meu pai faria, acabei notando que Jason conversava com o diretor Christian. Achei estranho, mas ignorei.

Eu nunca tinha visto a casa dos meus pais tão cheia. Além da nossa própria família, Ben e sua família e as recém-casadas Chloe e Spencer compareceram ao momento de celebração. Nós rimos, contamos histórias, parabenizamos inúmeras vezes os formandos Tommy e Allison, relembramos quando nós éramos formandos, e eu não podia deixar de mostrar as fotos do meu filho quando era bebê o que obviamente o envergonhou bastante.